"Alguns candidatos nos EUA parecem personagens de ficção", diz Kevin Spacey
O ator Kevin Spacey, que interpreta o ambicioso político Frank Underwood na série "House of Cards", da Netflix, ironizou nesta segunda-feira (11) as semelhanças entre seu impiedoso personagem e alguns candidatos à presidência dos Estados Unidos.
"Frank Underwood é um personagem de ficção. Alguns dos candidatos presidenciais nos EUA também parecem ser", declarou Spacey, sem referências diretas, durante a apresentação das novidades de Netflix no complexo cinematográfico Cité du Cinéma de Saint-Denis, ao norte de Paris.
Spacey traçou um paralelismo entre o roteiro da série que protagoniza e a realidade da política americana, comparação que ele diz provocar reflexões.
"Às vezes, quando chego ao hotel após gravar, me pergunto: 'Fomos longe demais? Será que exageramos?' Depois ligo a televisão, vejo as notícias e penso: 'Ficamos aquém'", brincou o ator.
Consagrado pelas atuações em "Beleza Americana" (1999), de Sam Mendes, que o rendeu o Oscar de melhor ator, e "Os Suspeitos" (1995), de Bryan Singer, pelo qual ganhou a estatueta como melhor coadjuvante, Spacey também mencionou os comentários feitos pela classe política sobre "House of Cards".
Alguns nomes da política real, tanto democratas como republicanos, se queixam que a série, que mostra a uma ambição e falta de escrúpulos entre a elite política americana, é fantasiosa demais, explicou o ator.
"Outros me dizem: 'É mais realista do que as pessoas deveriam saber'", ironizou o protagonista da série, que está na quarta temporada.
O ator americano foi a grande estrela convidada em um evento francês da Netflix, empresa que surgiu em 1997 como um serviço de aluguel de filmes e em duas décadas se tornou líder de transmissões por streaming, com mais de 75 milhões de usuários em 190 países.
O cofundador desse império de entretenimento digital, Reed Hastings, afirmou que o objetivo da Netflix é se tornar uma produtora e difusora planetária de entretenimento.
"A televisão na internet é a próxima onda de entretenimento global. Nunca mais diremos: 'O que está passando na televisão', e sim 'o que queremos ver'", disse.
Hastings comentou que a filosofia da companhia americana se baseia em uma constante busca de inovações que testa e melhora constantemente, tanto no âmbito artístico como no tecnológico. Uma das apostas da empresa é levar a televisão online "a qualquer dispositivo que tenha internet".
"Queremos criar uma plataforma disponível em qualquer formato, em qualquer lugar do mundo e em qualquer dispositivo com internet", comentou Hastings.
No plano tecnológico, o executivo citou como linha de desenvolvimento tecnológico o objetivo de continuar a melhorar a qualidade de imagem enquanto se reduz a transmissão de dados requerida.
A Netflix, conhecida pela diversidade de conteúdo e também por suas próprias produções, como "Orange Is The New Black" e "Unbreakable Kimmy Schmidt", continuará a focar apenas nos formatos de entretenimento e não deve estrear em âmbitos como a produção de informação.
"Apenas séries, filmes e programas de variedades, o que para nós é muito novo", comentou à Efe o presidente da Netflix.
O objetivo da empresa é globalizar todo o conteúdo, seguindo o exemplo da série "Narcos", inspirada na vida do traficante colombiano Pablo Escobar.
"É produzida por uma empresa francesa (Gaumont) com um protagonista brasileiro (Wagner Moura) e é um sucesso na Alemanha", resumiu Hastings.
No evento na França, para o qual a Netflix convidou jornalistas de toda a Europa, foram apresentados novos títulos como a série "Marseille", com Gérard Depardieu como protagonista, as novas temporadas de "Marco Polo" e a primeira série espanhola da plataforma americana, "Cable Girls".
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