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"Ernesto morreu rápido, mas Sandra ainda vai sofrer", diz Eriberto Leão

Eriberto, o Ernesto, e Flavia, a Sandra, canalhas com final infeliz em "Êta Mundo Bom" - Sergio Zalis/Divulgação/TV Globo
Eriberto, o Ernesto, e Flavia, a Sandra, canalhas com final infeliz em "Êta Mundo Bom" Imagem: Sergio Zalis/Divulgação/TV Globo

26/08/2016 11h56Atualizada em 26/08/2016 11h56

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Para Eriberto Leão, a morte de seu personagem Ernesto, ontem, em cena antológica em “Êta Mundo Bom”, foi merecida. “Ele era um vaidoso imoral”, diz o ator de 44 anos, 20 de carreira (começou na TV com “Antônio dos Milagres”, na CNT).

Eriberto pode se considerar um pé quente das novelas: quatro anos atrás, entrou em “Malhação”, num ponto de virada da audiência (positiva) da então trama decadente; agora, é um dos protagonistas da novela das 18h mais assistida em quase uma década. Se não for sorte, é bênção.

“Romper a barreira dos 30 pontos na faixa das 18h é um fenômeno”, diz o ator. Para ele, Ernesto foi como um terno feito sob medida, e dado de presente por Walcyr Carrasco.

“Um personagem maravilhoso, completamente diferente de todos que fiz em 20 anos de carreira.”

Veja a seguir trechos da entrevista exclusiva de Eriberto Leão ao UOL:

Você me disse outro dia que achava "uma loucura" a audiência que “Êta Mundo Bom” vem registrando. O que mais te surpreendeu?

Eriberto Leão - Romper a barreira dos 30 pontos no horário das 18h, cuja meta para ser considerada é 20 pontos, transformou um sucesso, já verificado desde a estréia , em fenômeno. Chegamos a atingir 36 pontos de média em São Paulo!

Você já tinha trabalhado com o Walcyr Carrasco? Porque, pelo menos para mim, pareceu que ele fez o papel sob medida pra você...

Eriberto - Eu havia feito uma participação especial nos últimos capítulos de “Amor à Vida”. Sempre tive o desejo de trabalhar com o Walcyr e realmente me senti muito a vontade na pele de Ernesto, um malandro paulista, pintor frustrado, dançarino de tango e extremamente vaidoso.

Um personagem maravilhoso, completamente diferente de todos que havia feito em 20 anos de carreira. Foi um grande presente.

E contracenar com a Flavia Alessandra, parece que  também foi outra surpresa boa para o telespectador, que amava "odiar” os dois canalhas...

Eriberto - Flavia é uma grande atriz, muito generosa e que ama o que faz. Foi uma das melhores parceiras que já tive. Nossa troca era extremamente verdadeira e conseguimos estabelecer uma relação cênica de intimidade que fisgou o publico.

Como você resumiria o caráter do Ernesto? 

Vaidoso e imoral, Ernesto era dominado pelo seu ego e pelo desejo de ser bem sucedido a qualquer preço. Aplicava golpes em mulheres para que trabalhassem no dancing e dessem todo o dinheiro a ele.

No início da trama, ele ainda acreditava que poderia ter uma carreira como pintor, porém quando é humilhado no salão de artes,  não vê mais saída e mergulha definitivamente no mundo do crime ao lado de Sandra, que surge com o plano de roubar o medalhão de Candinho para que Ernesto se passe pelo filho de Anastácia.
Ele morreu no final (ontem). Creio que temos nesse caso uma espécie de karma compartilhado.

Ele se envolveu tanto com Sandra --emocionalmente, sexualmente, "profissionalmente"-- e ambos praticaram tantas maldades, que tinham que pagar juntos por isso.

Ernesto morreu na hora, quando o carro deles bateu. Sandra terá um fim ainda pior no último capítulo de hoje. Mais sofrido, sem o amor de sua vida.

Quais seus próximos planos? Teatro? Já tem outra novela em vista?

Eu volto aos palcos com "JIM", um musical sobre o The Doors, que já está completando três anos de estrada. Estaremos em Porto Alegre,  Florianópolis, Campo Grande, Salvador e finalmente São Paulo, minha terra. Também tenho dois filmes a serem realizados ano que vem.

Como emendei a temporada de “Malhação” com “Êta Mundo Bom”, agora preciso de um tempo para o teatro, cinema e música.

Você entrou bem num momento de reviravolta positiva em Malhação, anos atrás, quando ela voltou a subir no ibope. Agora entrou numa novela das 18h que mais uma vez explodiu em audiência. Se acha um pé quente como ator?

Pois é, também estou achando isso, rs.  Brincadeira… Na verdade estou muito grato. Depois de trabalhar com  Rosane Swartman e Paulo Halm , vou direto ao encontro do grande mestre Walcyr, que sempre admirei muito, não só por ser o nosso "Midas" da teledramaturgia (tudo que toca vira ouro), mas também pelo ser humano e cidadão que é.

Minha mãe, Telma, de 72 anos, pernambucana e professora aposentada de português do estado de São Paulo sempre me contou, desde de menino, sobre o tamanho do amor de Walcyr pela educação e cultura e o quanto ele apoiava e ainda apoia nossos professores. E não posso deixar de falar do mestre Jorge Fernando, a quem devoto toda minha admiração e gratidão também.

Aprendi muito com eles. Acho que sorte é isso, ser grato de verdade.

twitter: @feltrinoficial