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Ricardo Feltrin

Equipe brasileira de filmagem relata que viu 10 corpos em subida ao Everest

Karina Oliani com o rosto com queimaduras (de frio) durante sua segunda escalada ao Everest - Divulgação
Karina Oliani com o rosto com queimaduras (de frio) durante sua segunda escalada ao Everest Imagem: Divulgação

Colunista do UOL

24/05/2017 07h02

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A equipe brasileira que filmou a escalada do Everest pela face Norte (Tibete) com câmeras 360 graus viu cerca de 10 corpos de outros alpinistas mortos em acidentes ocorridos em tentativas de escaladas anteriores.

A expedição brasileira, liderada pela atleta e apresentadora Karina Oliani, será exibida em breve no “Fantástico”, da Globo. Foi a segunda vez que ela escalou o Everest. A primeira vez foi em 2013, pela face Sul (Nepal).

“Foi tenso mesmo, vi pelo menos uns 12 corpos”, disse Oliani à coluna, por whatsapp. “Na escalada da face Sul, em 2013, eu não tinha visto nenhum.”

Segundo ela, eles estavam na região chamada “zona da morte” (acima dos 8.000 metros).”Não dá para resgatar esses corpos. As condições de sobrevivência ali já são dificílimas”. O Everest tem 8,848 metros.

Oliani afirma que um dos corpos era de um alpinista que morrera apenas um dia antes dela estar ali. Os demais eram de dias (ou anos) anteriores. Todos estão em locais de acesso considerado impossível -ao menos para o know-how e equipamentos de resgate atual.

No domingo, ela e sua equipe --mais um cinegrafista e dois sherpas-- atingiram o cume. Ontem todos já haviam retornado ao acampamento-base instalado por volta de 7.300 metros.

“Foi um dos ciclos de aclimatação mais rápidos da temporada”, disse. Na escalada de 2013 ela gastou 55 dias. Desta vez, fez em menos de um mês.

A expedição é uma produção da Pitaya Filmes em parceria com as balas Halls.

Karina Ragazzi Oliani, 35 anos, é praticante de mais de 20 esportes radicais, e hoje faz quadros para o “Fantástico” e “Esporte Espetacular”, da Globo; mas ela já trabalhou para a Record e os canais pagos Off (Globosat) e  Discovery.

Médica especializada em resgate e atendimento de feridos em locais ermos,  também tem licença para pilotar helicóptero. Com 12 anos fez seu primeiro salto de pára-quedas e concluiu o curso de mergulho.

@feltrinoficial