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Ricardo Feltrin

"Não planejei ter carreira no exterior, fui no barco", diz Claudia Leitte

Claudia Leitte se apresenta no circuito Barra-Ondina. em Salvador, no Carnaval - Raphael Castello/AgNews
Claudia Leitte se apresenta no circuito Barra-Ondina. em Salvador, no Carnaval
Imagem: Raphael Castello/AgNews

Colunista do UOLé

19/09/2017 07h11Atualizada em 19/09/2017 15h30

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Na entrevista exclusiva à coluna Ooops!, Claudia Leitte fala sobre a carreira internacional e responde sobre o que a levou a trocar a maior e mais influente gravadora do Brasil (Som Livre) pela Roc Nation --o que de certa forma é uma aventura rumo ao desconhecido.

"Se eu ficasse na minha zona de conforto, dizendo, pô, tô ganhando dinheiro pra caramba (...) eu não ia pra lugar nenhum."

A cantora também anunciou que no início de 218 vai lançar uma música e um clipe em parceria com Anitta.

Veja trechos da entrevista: 

Afinal, você vai lançar a sua música em inglês este ano ou só no Carnaval?

Claudia Leitte - Isso depende lá de fora (Roc Nation). Mas eu prometo que assim que souber eu aviso.

Me diz uma coisa… Por que você quis se lançar em uma carreira internacional? Um público de 200 milhões de pessoas no Brasil já não estava de bom tamanho?

Claudia - Olha, eu não quis me lançar em carreira internacional. Eu entendo que pras pessoas de fora pode ter essa dissociação…. Acontece que tudo foi muito natural, nunca tive assim... um divisor de águas.... vou pra fora...

Isso quer dizer que você não decidiu assim: ‘Pronto, quero uma carreira no exterior…’

Claudia - Não. Eu assinei um contrato com a Roc Nation, fui para os Estados Unidos  fazer um trabalho e aí o meu trabalho passou a se “internacionalizar”, mas só porque eu estava fazendo músicas lá fora…

Se rolar, e eu acho que existe uma possibilidade dentro do mercado --na minha visão de mulher empresária, tirando a utopia artística da história toda--, eu acredito que existe um lugar pra mim.

Aliás, não só para mim. Eu sinto que há espaço lá fora pra nossa cultura, pra música brasileira mesmo, cantada em português. Ainda que a língua não seja fácil para o público exterior...

Mas mesmo assim você vai gravar (já gravou) em inglês…

Claudia - Eu estou gravando. Aliás, sempre gravei (em inglês)

Você não acha que poderia então ter uma carreira internacional cantando em português?

Claudia - Não sei, não consigo ver a língua hoje em dia como uma coisa que me separe.

Por exemplo, eu gravei “D´yer Maker” do Led Zeppelin com o Babado Novo quando tinha 19 anos.

Depois gravei músicas do Inner Circle… eu nunca deixei de cantar em inglês no meu repertório o inglês está sempre presente …

Mas e essa troca… tipo, saiu da maior gravadora do país, a Som Livre, e foi para o, de certa forma, desconhecido no exterior…

Claudia - Eu nunca imaginei que estava deixando uma grande gravadora pra ir pra uma outra… Eu confiei na estratégia da minha equipe.

Hoje eu tenho uma noção de caminhos que não podem ser repetidos. Eu nunca pensei direito, essa é a verdade… eu fui com o barco, seguindo o fluxo, hahaha…

Deixa eu perguntar algo sensível: a Roc Nation tá fazendo bem pra você como artista? Porque convenhamos… hoje você abre mão de uma boa porcentagem de tudo que você ganha aqui no Brasil com shows que já eram seus, de certa forma, um público que, bem… a Roc Nation não está te arrumando shows por aqui, certo?

Claudia - Eu acho que é bom dividir. É importante você doar uma parte de você (nesse tipo de estratégia).

E em troca eles dão a você o quê?

Claudia - Na minha relação com a Roc Nation?

É.

Claudia - Ah, eu vou para os estúdios pra gravar, eu estou tendo conexão com um mundo diferente, com gente que é muito importante na música…

E eu não estou falando de pessoas renomadas, famosíssimas, que assinaram grandes discos… não… são pessoas que têm me ajudado a crescer, que estão me ajudando em uma identidade musical…

A verdade é que, se eu ficasse na minha zona de conforto, pô, tô ganhando dinheiro pra caramba, meu público é assim e assado… olha, não vou dar nada pra vocês (RN)... o fato é que eu não ia a lugar algum.

Eu preciso dar minha mão a alguém. Eu tô dando algo e eles, sim, mas eles também. É totalmente recíproco...

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