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Ricardo Feltrin

Exclusivo: TVs declaram guerra e vão mover ação milionária contra GfK

Silvio Santos (SBT), Macedo (Record), Marcelo Carvalho e Amilcare Dallevo (Rede TV!), da Simba - Divulgação
Silvio Santos (SBT), Macedo (Record), Marcelo Carvalho e Amilcare Dallevo (Rede TV!), da Simba Imagem: Divulgação

Colunista do UOL

21/09/2017 08h09Atualizada em 21/09/2017 16h55

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Cerca de dois anos após iniciar seus trabalhos no Brasil, a empresa alemã de medição de audiência, a GfK, está perdendo seus maiores e principais clientes de uma só vez.

Record, RedeTV! e SBT decidiram acionar a empresa na Justiça depois que foram notificadas extrajudicialmente nos últimos dias, por suposto descumprimento de contrato (falta de pagamento).

O problema é que as emissoras têm motivos para ter interrompido: segundo elas, desde que começou a prestar serviço a GfK nunca cumpriu integralmente as cláusulas contratuais. São meses de falhas, disse uma fonte a par do assunto à coluna.

A crise entre GfK e TVs foi antecipada no dia 2 de agosto pelo site "Notícias da TV", que informou sobre a implosão iminente da relação entre TVs e empresa alemã.

Após serem notificadas (extrajudicialmente),  as três TVs abertas decidiram partir para o contra-ataque.

O montante da ação que elas vão reivindicar da GfK deve passar de R$ 100 milhões, segundo esta coluna apurou.

Até o ano passado elas teriam pago cerca de R$ 40 milhões à GfK, que surgiu como um instituto nos anos 30 em  Nuremberg, Alemanha.

Além de tudo que Record, SBT e RedeTV! pagaram, com juros e correção, também vão exigir indenização por danos materiais e outros itens relacionados à quebra do contrato.

Somente em uma ação inicial da Record, a Justiça determinou que a GfK pague R$ 28 milhões em até três dias.

Procurada, a GfK, por meio de sua assessoria, informou à coluna que não se manifesta sobre relações com clientes.

Record, RedeTV! e SBT também não quiseram comentar o assunto.

DOIS ANOS

Durante os últimos dois anos, a GfK forneceu às suas TVs clientes dados de medição de audiência nas principais regiões metropolitanas do país.

Foram essas três TVs abertas que, de certa forma, “patrocinaram” a instalação da empresa alemã para fazer concorrência à Kantar Ibope Media.

Havia duas “promessas” embutidas na empreitada das emissoras:

1) a GfK prometia uma medição muito mais apurada e precisa que a do Ibope;

2) as TVs queriam confrontar se os números do Ibope eram corretos, já que desde os anos 80 há desconfianças de favorecimento à Globo (Silvio Santos tentou apoiar a Nielsen contra o Ibope no início dos anos 90, por exemplo).

Mas, após dois anos, nada disso ocorreu: nem a nova concorrente teria oferecido a precisão que prometia e tampouco seus dados apresentaram grande disparidade em relação ao que o Ibope já marcava.

Há, sim, divergências e discrepâncias que podiam passar até de 25% em algumas faixas horárias, mas de forma geral, na média diária, as audiências (e o público) medidas por Ibope e GfK eram semelhantes.

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