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Ricardo Feltrin

Após quase uma década, Globo ainda procura substituto para Galvão Bueno

Galvão Bueno foi contratado pela Globo em 1981 - Globo/João Miguel Júnior
Galvão Bueno foi contratado pela Globo em 1981 Imagem: Globo/João Miguel Júnior

Colunista do UOL

25/03/2018 09h46

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Sabem o velho ditado “ninguém é insubstituível”? Bem, na Globo ele vale para todos os funcionários, exceto Carlos Eduardo dos Santos Galvão Bueno.

Aos 67 anos, o narrador é hoje o único cargo da Globo considerado não só imexível: ele não tem ninguém à altura para ficar em seu lugar, seja no caso de uma aposentadoria ou de um fatalidade.

Sim, é verdade que há Cléber Machado, mas ele não é substituto, na verdade: tem outro estilo e, do ponto de vista da emissora, não tem o mesmo apelo popular que seu nº 1.

Segundo pesquisas qualitativas feitas pela Globo, pessoas que não gostam de futebol, por exemplo, nas raras vezes em que assistem ao esporte na TV, procuram acompanhá-lo sempre com Galvão.

Ele entrou na casa em 1981, teve uma breve saída em 1992, mas retornou cerca de 12 meses depois qual filho pródigo.

Uma outra informação obtida na pesquisa interna da Globo: as mulheres são as grandes seguidoras dele, que fala uma “língua” esportiva que elas entendem.

Eis o porquê de Machado não ser considerado um sucessor: nada disso não ocorre com ele, segundo essas mesmas pesquisas. Não se trata de uma questão de competência, mas de empatia.

Dono de um estilo e um timbre de voz peculiar e raro --nessa ordem--, Galvão se tornou um símbolo e tomou uma importância tão grande que a emissora tentou se precaver o quanto pode, sem sucesso.

HÁ MUITO TEMPO ATRÁS... 

Esta coluna foi a primeira a informar, no início de 2009, que a Globo havia iniciado um processo para encontrar um sucessor para Galvão.

Nos últimos nove anos, a emissora chegou a fazer várias “oficinas” de locução e de “trainees” de candidatos ao posto de narrador.

O resultado foi bem decepcionante: simplesmente NINGUÉM foi aprovado. E há o problema também de Galvão ser um profissional extremamente adaptável.

A Fórmula 1, por exemplo, perdeu muita importância nos últimos anos, mas ele continua a ser a “voz nacional” das corridas.

A Globo chegou ao ponto de fazer todos tipos de testes, inclusive com uma mulher: Glenda Kozlowski, que em 2016 narrou modalidades das Olimpíadas do Rio (foi bem, por sinal), já de olho numa eventual substituição futura..

A emissora freneticamente vem procurando algum narrador “sangue novo” em rádios e emissoras de TV do país inteiro --inclusive as suas próprias, abertas ou pagas--, mas até o momento isso ainda não aconteceu.

Com 67 anos, em Galvão ainda tem muito tempo pela frente, em teoria, mas uma empresa como a Globo jamais se deixa programar pelo teórico.

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