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Ricardo Feltrin

Em comunicado, Globo alerta repórteres até sobre "WhatsApp da família"

João Roberto Marinho, presidente do Conselho Editorial do Grupo Globo - Marri Nogueira/Folhapress
João Roberto Marinho, presidente do Conselho Editorial do Grupo Globo Imagem: Marri Nogueira/Folhapress

Colunista do UOL

02/07/2018 00h09

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Em novo adendo (público) às diretrizes sobre uso de redes sociais para sua equipe de jornalismo, a TV Globo vetou oficialmente que profissionais desse setor emitam ou compartilhem opiniões políticas próprias ou de terceiros em redes sociais.

O anúncio foi feito em uma página individual do jornal "O Globo" deste domingo (01).

O texto de abertura, intitulado "Grupo Globo divulga diretrizes sobre uso de redes sociais por jornalistas", é assinado pelo acionista e presidente do Conselho Editorial do Grupo, João Roberto Marinho.

O segundo texto da página se chama "As Novas Diretrizes". Ele é uma espécie de adendo ao "manual de etiqueta e comportamento" dos jornalistas da casa em redes sociais

Os profissionais estão liberados para seguir perfis de políticos nas redes quando isso for "fundamental para a cobertura jornalística".

Porém, curtir, endossar ou compartilhar postagens desses políticos não é mais permitido.

Na "Seção II das Novas Diretrizes —"Como o jornalista deve proceder diante das fontes, do público, dos colegas, do veículo para o qual trabalha e das redes sociais"—, a emissora faz um alerta também aplicativos de mensagens pessoais.

"É evidente que, em aplicativos de mensagens, como WhatsApp e outros, (...) todos têm o inalienável direito de discutir o que bem entender com grupos de parentes e amigos de confiança", diz o texto.

"Mas, é preciso que o jornalista tenha em mente que, mesmo em tais grupos, o vazamento de mensagens pode ser danoso a sua imagem de isenção e à do veículo para o qual trabalha."

E conclui: " (...) Tal vazamento o submeterá (o profissional envolvido) a todas as consequências que a perda de reputação de que é isento acarreta".

Conforme esta coluna já havia antecipado em dezembro do ano passado, a emissora também acabou com a prática de alguns jornalistas de fazer "check-in" e marcar produtos (como vinhos), marcas e companhias (especialmente restaurantes, empresas aéreas e hotéis) em suas postagens em redes sociais.

Também orienta a todos a não fazer reclamações públicas de nenhuma empresa ou prestadora de serviço em caso de mau atendimento.

Nesse caso o conselho é "silenciar" a respeito para evitar que, após descobrir que o reclamante trabalha na Globo, porventura a empresa lhe ofereça reparação bem maior do que o desserviço ocorrido.

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