Opinião: Desgaste e crise derrubam o reality "O Aprendiz"
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A atual temporada do reality show "O Aprendiz" (e suas variações) é a 11ª já exibida no Brasil. Formato lançado pela FremantleMedia, já teve altos e baixos no ibope em suas exibições com Roberto Justus e João Dória, na Record.
Na Band, novamente com Justus à frente, o programa ainda não passou da casa do 1 ponto (cada ponto equivale a cerca de 73 mil domicílios, segundo a medição Kantar Ibope).
A atração está perigosamente disputando o quinto, quando não o sexto lugar em audiência na Grande São Paulo. É um péssimo resultado, tanto para a Band como para o próprio Justus, um empresário e publicitário de inegável sucesso.
Esta coluna conversou ontem com alguns especialistas em TV e reality shows para ouvir suas opiniões sobre o programa e as causas do atual fracasso.
Basicamente, todos (falando sob anonimato) concordam em dois pontos: o formato se desgastou e perdeu toda a força; segundo, hoje o programa tem muito pouco a ver com a realidade do país, ao contrário de 2004, quando estreou na Record com bons índices de audiência (quase sempre acima de cinco pontos).
Explicam meus "analistas": na década passada o país estava em um outro momento, e o empreendedorismo era uma das palavras-chave da moda. O brasileiro (ainda) estava esperançoso com a economia e o programa tocava num ponto coletivo: fazer sucesso à frente de um negócio.
Mas, nos dias atuais, parece que o empreendedorismo está saindo do foco. Quem está conseguindo empreender algo hoje?
Qual o interesse real em se assistir --pela 11ª vez-- a profissionais devorando uns aos outros em uma competição, fracassando, levando broncas, às vezes até sendo humilhados em rede nacional?
A verdade é que "O Aprendiz" não é (e nunca foi) um programa leve e divertido. Difícil imaginar algo com menos apelo nestes tempos de crise econômica, de demissões em massa, de insegurança profissional.
Pessoalmente, acho que o público está cansado, com medo e inseguro. O desemprego (quase 12% da população ativa) tem sido a rotina do país, especialmente para pessoas de menor renda. Que são justamente aquelas que ainda passam um tempo diante da TV aberta.
Se pudesse sugerir, eu aconselharia à Band e às outras emissoras a começar a investir em reality shows e programas mais edificantes, mais otimistas, que façam rir, que divirtam.
Porque se for para ouvir críticas, cobranças, queixas e de estar sempre à beira da demissão e do fracasso, todos já estamos fartos.
Ricardo Feltrin no Twitter, Facebook e site Ooops
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