Ibope da TV paga cai 9% no ano; perda de assinantes continua
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Ao mesmo tempo em que perde assinantes nos últimos anos --e foram mais de 3,5 milhões nos últimos cinco anos, a TV por assinatura no Brasil também está obviamente perdendo consumo e público.
Os últimos dados da Anatel apontam que há hoje no Brasil 16,3 milhões de domicílios com pontos de TV por assinatura. Cinco anos atrás esse número estava batendo a casa dos 20 milhões. Desde então só houve perda da base.
Mas, vamos aos dados: na média 24 horas do dia, calculada pela Kantar Ibope Media (dados obtidos por terceiros), os canais pagos em 2019 já perderam mais 9% em audiência.
No ano passado, entre janeiro a setembro, a média de ibope dos canais fechados foi de 6,8 pontos e 18,2% de share (ou seja, quase 18 em cada 100 aparelhos no país estava sintonizando TV paga).
Em 2019, de janeiro a setembro, essa média caiu para 6,2 pontos e 16,7% de share, queda de 9%.
Para melhor visualização: no auge do consumo da TV paga, em setembro de 2016, os canais pagos registravam 8,1 pontos nas 24 horas do dia.
No mês passado essa média foi de 6,2 pontos --uma queda de 22% de público. Uma perda de pouco mais de 1 em cada 5 telespectadores.
Esses números foram retirados do PNT (Painel Nacional de Televisão), que mede o consumo de TV paga e aberta nas 15 maiores regiões metropolitanas do país. É considerada a mais ampla e completa das medições da Kantar Ibope Media.
Cada ponto nessa mensuração equivale a cerca de 254 mil domicílios sintonizados.
Desde o ano passado, os canais pagos perderam audiência (e público) em todas as faixas horárias. Com destaque negativo para as faixas matinal e vespertina, onde perderam 13% e 10%, respectivamente.
Causas da queda
São muitas variáveis prejudicando o setor, é verdade.
Entre tantas podemos sempre citar desemprego, crise econômica (com consequente cancelamento de pacotes), o "boom" de novas mídias para o lazer com preços mais acessíveis (como o streaming); e, naturalmente, o desânimo e até a revolta de muitos assinantes que pagam caro pelos pacotes e são servidos com programação repetida, intervalos comerciais a cada cinco minutos e falta de novidades e criatividade por parte dos canais.
Ainda nessa queda há que se incluir a responsabilidade da pirataria e de novos equipamentos que permitem a captação ilegal de sinais de TVs pagas, sendo que esses equipamentos podem ser comprados muitas vezes em lojas de departamentos.
Ricardo Feltrin no Twitter, Facebook e site Ooops
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