Topo

Ricardo Feltrin

Ibope da TV paga cai 9% no ano; perda de assinantes continua

Cada vez menos pessoas assinam TV paga no Brasil (e no mundo) - iStock/Getty
Cada vez menos pessoas assinam TV paga no Brasil (e no mundo) Imagem: iStock/Getty

Colunista do UOL

15/10/2019 10h08

Receba os novos posts desta coluna no seu e-mail

Email inválido

Ao mesmo tempo em que perde assinantes nos últimos anos --e foram mais de 3,5 milhões nos últimos cinco anos, a TV por assinatura no Brasil também está obviamente perdendo consumo e público.

Os últimos dados da Anatel apontam que há hoje no Brasil 16,3 milhões de domicílios com pontos de TV por assinatura. Cinco anos atrás esse número estava batendo a casa dos 20 milhões. Desde então só houve perda da base.

Mas, vamos aos dados: na média 24 horas do dia, calculada pela Kantar Ibope Media (dados obtidos por terceiros), os canais pagos em 2019 já perderam mais 9% em audiência.

No ano passado, entre janeiro a setembro, a média de ibope dos canais fechados foi de 6,8 pontos e 18,2% de share (ou seja, quase 18 em cada 100 aparelhos no país estava sintonizando TV paga).

Em 2019, de janeiro a setembro, essa média caiu para 6,2 pontos e 16,7% de share, queda de 9%.

Para melhor visualização: no auge do consumo da TV paga, em setembro de 2016, os canais pagos registravam 8,1 pontos nas 24 horas do dia.

No mês passado essa média foi de 6,2 pontos --uma queda de 22% de público. Uma perda de pouco mais de 1 em cada 5 telespectadores.

Esses números foram retirados do PNT (Painel Nacional de Televisão), que mede o consumo de TV paga e aberta nas 15 maiores regiões metropolitanas do país. É considerada a mais ampla e completa das medições da Kantar Ibope Media.

Cada ponto nessa mensuração equivale a cerca de 254 mil domicílios sintonizados.

Desde o ano passado, os canais pagos perderam audiência (e público) em todas as faixas horárias. Com destaque negativo para as faixas matinal e vespertina, onde perderam 13% e 10%, respectivamente.

Causas da queda

São muitas variáveis prejudicando o setor, é verdade.

Entre tantas podemos sempre citar desemprego, crise econômica (com consequente cancelamento de pacotes), o "boom" de novas mídias para o lazer com preços mais acessíveis (como o streaming); e, naturalmente, o desânimo e até a revolta de muitos assinantes que pagam caro pelos pacotes e são servidos com programação repetida, intervalos comerciais a cada cinco minutos e falta de novidades e criatividade por parte dos canais.

Ainda nessa queda há que se incluir a responsabilidade da pirataria e de novos equipamentos que permitem a captação ilegal de sinais de TVs pagas, sendo que esses equipamentos podem ser comprados muitas vezes em lojas de departamentos.

Ricardo Feltrin no Twitter, Facebook e site Ooops