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Ricardo Feltrin

CEO da Brasileirinhas critica canal e sites que abrem conteúdo pornô

Agatha Figueiredo, atriz da produtora Brasileirinhas - Divulgação
Agatha Figueiredo, atriz da produtora Brasileirinhas
Imagem: Divulgação

Colunista do UOL

14/04/2020 03h33

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Sócio e CEO (Chief Executive Officer) da maior produtora de vídeos eróticos do país, Clayton Nunes está irritando alguns colegas de profissão.

Motivo: tem feito duras críticas a todos os sites e canais da TV paga que decidiram abrir seu conteúdo gratuitamente durante a quarentena causada pela pandemia de coronavírus.

"Sou totalmente contra. Quem libera esse tipo de conteúdo, seja na TV paga ou na internet, está também abrindo a possibilidade para o acesso por parte de crianças", diz Nunes, cujo site (brasileirinhas.com.br) tem mais de 1.000 filmes no acervo.

"Isso (abrir o conteúdo) é uma decisão perigosa porque hoje em dia qualquer criança já sabe mexer tranquilamente em qualquer equipamento, sejam computadores ou TVs", prossegue.

"Além disso boa parte das famílias que tem TV por assinatura nem sequer sabem mexer nas configurações de segurança e controle de conteúdo", afirma.

"Esses pontos de TV e seu conteúdo estão totalmente desprotegidos."

Embora não tenha citado nominalmente, o recado de Nunes tem endereço certo: o canal Sexy Hot, que durante a quarentena abriu acesso gratuito para cerca de 10 filmes pornôs na TV paga.

Febre passou

Logo que a pandemia eclodiu no Brasil, o site Brasileirinhas, que é pago, dobrou o seu número de assinaturas diárias.

No entanto, segundo ele, no momento a "febre" de assinaturas já passou.

O site tem dois planos: o de R$ 29,90 dá direito a assistir ao, digamos, "BBB" semanal com as atrizes que se hospedam na "Casa das Brasileirinhas".

Essa assinatura também dá direito a 5.000 horas de vídeo. Já a assinatura "premium" custa R$ 39,90 e, além do "reality" dá acesso a 1.045 filmes do acervo da produtora, sendo que 131 estão em 4K.

Fechar ou abrir conteúdo?

Questionado se manter o conteúdo fechado só para assinantes não é também uma forma de lucrar, Nunes, 44 anos, discorda:

"Nosso acervo é e sempre foi fechado. A gente sabe muito bem que está lidando com conteúdo adulto, e que não pode ser acessado por menores. Empresa que abre conteúdo temporariamente, aí sim, está querendo criar um hábito até então inexistente no público", argumenta.

"Ou seja, depois que acabar (a quarentena) a chance de alguém assinar é muito maior. Por isso mesmo é que se chama degustação."

Nunes também critica abertamente a decisão do site Pornhub de ter aberto seu conteúdo "premium" ao redor do mundo. "Isso é publicidade mal disfarçada de generosidade", diz.

A Brasileirinhas tem uma equipe de funcionários e advogados que passa praticamente 24 horas por dia, 7 dias por semana, fazendo varredura na internet para notificar sites que pirateiam seu conteúdo.

Isso tem se mostrado uma tarefa inglória e o executivo admite:

"Eu sei, é como enxugar gelo. Mas, os 'piratas' não desistem, então decidimos que também não vamos parar de enxugá-lo."

Outro lado

Procurado para comentar as declarações do CEO da Brasileirinhas, o canal Sexy Hot não deu uma resposta até o momento da publicação deste texto.

Se o fizer, terão sua versão incluída aqui.

A coluna também está tentando entrar em contato com a assessoria do site PornHub, mas não obteve sucesso até o momento.

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