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Preterida por reprise bíblica, "Escrava Mãe" terá sexo, sangue e mortes

Gisele Alquas

Do UOL, em São Paulo

06/11/2015 07h00

Apresentada inicialmente como substituta de “Os Dez Mandamentos”, “Escrava Mãe” tinha a difícil tarefa de manter o sucesso de audiência de sua antecessora. Porém, o “pecado” de não ser uma novela bíblica fez a Record desistir de colocá-la no ar em seguida com receio de perder o fiel telespectador de tramas religiosas.

Mas “Escrava Mãe” é um spin-off, pode-se se dizer, de outro grande sucesso da teledramaturgia brasileira. A trama vai contar a história de Juliana, mãe da escrava Isaura – que deu origem ao nome da novela homônima da obra de Bernardo Guimarães estrelada por Lucélia Santos, em 1976, e vendida para vários países. A Record fez o remake da novela em 2004.

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Juliana é filha de Luena (interpretada pela ex-Globeleza Nayara Justino), e fruto de um estupro. Durante viagem no navio negreiro que trouxe africanos da região de Angola para o Brasil, Luena foi estuprada pelo traficante de escravos Osório (Jayme Periard). Ao chegar ao país, ela consegue escapar, morre, e Juliana acaba virando escrava da família de Custódio (Antonio Petrin). A menina foi criada com as filhas do coronel e virou mucama de Teresa (Roberta Gualda) e perseguida de Maria Isabel (Thais Fersoza), que por ter ciúme e inveja dela, sempre a odiou.

Juliana se apaixona por Miguel (vivido pelo ator português Pedro Carvalho), o mocinho da história. Ele chega à Vila de São Salvador (cidade fictícia) em busca de novas oportunidades e desperta a atenção das mulheres da cidade, como Maria Isabel. Eles se casam por interesses, mas ele se apaixona por Juliana. E Maria Isabel desenvolve uma obsessão pelo marido e pela escrava.

Ambientada na região norte fluminense (atual Campos dos Goytacazes) nos anos de 1800, a trama contará com aproximadamente 35 personagens fixos e prevista para ir ao ar com 150 capítulos. Escrita por Gustavo Reiz e com direção geral de Ivan Zettel, as gravações acontecem no Polo Cinematográfico de Paulínia e em uma fazenda em Santa Gertrudes, ambos no interior de São Paulo, desde o final de maio. A data de estreia ainda é uma incógnita.

No dia 23 de outubro, conforme divulgou o colunista e crítico do UOL Maurício Stycer, a Record alterou os seus planos e decidiu manter a faixa das 20h30 como exclusiva de teledramaturgia inspirada na Bíblia. Assim, em vez de estrear “A Escrava Mãe”, a emissora resolveu colocar no horário reprises das séries produzidas nos últimos anos, até a estreia de “A Terra Prometida” - uma continuação de “Os Dez Mandamentos” – em março de 2016. A primeira série a reestrear será “Rei Davi”, exibida originalmente em 2012.

“Escrava Mãe” vai inaugurar uma segunda faixa de novelas da emissora, em um horário mais cedo, o que afetou a produção e elenco, que estariam insatisfeitos. Ao colunista do UOL Flavio Ricco, a Record explicou que não existem motivos para insatisfações no elenco da trama. Segundo a emissora, todos os atores foram contratados para fazer a novela e as obrigações com eles estão sendo cumpridas normalmente.

Sexo, sangue e mortes

Gabriela Moreyra (Juliana), Maria Isabel (Thais Fersoza), Pedro Carvalho (Miguel) e Fernando Pavão (Comendador Almeida) são os protagonistas de “Escrava Mãe”. O UOL visitou o set de gravações em Paulínia e conversou com os atores, que estavam eufóricos para a estreia da novela – até então eles acreditavam que a trama substituiria o fenômeno “Os Dez Mandamentos”.

Gabriela encara o desafio de interpretar sua primeira protagonista. Para se preparar para a personagem, ela leu livros e assistiu filmes sobre a escravidão. “Vi Xica da Silva, ’Amistad’, ‘A Cor Púrpura’, ’12 Anos de Escravidão”. A novela vai ser um divisor na minha vida, na minha carreira, não só pela história e pela visibilidade, mas também pela oportunidade de mostrar o meu trabalho”, conta a atriz, que fez testes com outras 40 atrizes para garantir o papel.

Interpretando sua quarta vilã na TV, Thais Fersoza disse que Maria Isabel é a personagem mais emblemática de sua carreira. “Ela mata pessoas, tira sangue. Em uma das cenas ela chicoteia um escravo e sorri, saboreia aquilo. Me deu uma dor no coração. São cenas muito intensas, mas ao mesmo tempo é uma delícia. Eu adoro novela de época”, conta a atriz, que ficou um ano longe da TV para se dedicar ao casamento recente com o cantor Michel Teló.

No Brasil desde abril para viver Miguel, o português Pedro Carvalho afirma que realiza um sonho de estar em uma novela brasileira. Quando foi convidado e leu o roteiro de “Escrava Mãe”, o ator ficou fascinado pela trama. “Minha primeira novela de época e me apaixonei pelo texto do Gustavo Reiz, faço qualquer novela dele", elogia. Miguel chega de Portugal para tentar descobrir o que aconteceu com seus pais, que desapareceram. Se casa com Maria Isabel por algum tipo de interesse, mas se apaixona pela escrava Juliana. “Espero que o público goste dele. Estou muito ansioso para ver a reação das pessoas”, comemora.

Sempre com papeis de mocinho, Fernando Pavão agora foge do estereótipo com o malvado Comendador Almeida. É um homem de caráter duvidoso, que procura manipular o filho sempre que pode. Vaidoso, sedutor, de porte e aparência sofisticados, vai se casar com Teresa por interesse, mas é obcecado por Juliana. “É um cara inescrupuloso, quer ficar rico e que as escravas o sirvam o tempo todo com favores sexuais. Estou adorando fazer vilão, é muito mais divertido”, declara Pavão. 

"Escrava Mãe" ainda tem no elenco Junno Andrade, Zezé Motta, Luiz Guilherme, Henri Pagnoncelli, Bete Coelho, Milena Toscano, Roger Gobeth, Lidi Lisboa, entre outros. 

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