Topo

"Única maneira de Romero ter redenção é morrendo", diz Alexandre Nero

Alexandre Nero ensaia nos bastidores de "A Regra do Jogo", no Projac - Pedro Curi/Globo
Alexandre Nero ensaia nos bastidores de "A Regra do Jogo", no Projac Imagem: Pedro Curi/Globo

Giselle de Almeida

Do UOL, no Rio

11/01/2016 09h00

João Emanuel Carneiro já afirmou que "A Regra do Jogo" é uma novela de redenção, mas que Romero Rômulo não vai virar um bom moço do dia para a noite. Consciente da dubiedade de seu personagem, Alexandre Nero arrisca um palpite para o desfecho do ex-vereador.

"Não é uma torcida, mas acho que a única maneira de um ser humano real ter redenção é morrendo. Quando morre, todo mundo vira santo, vira herói. Enquanto estiver vivo, tem rabo preso, é frágil para ser atacado. Romero tem defeitos grandes, como todo mundo. E é tão maravilhoso porque o próprio público não se enxerga nele. Romero engana que é bom, e as pessoas acham que são boas, que são melhores que os outros. O problema são os outros", analisa o ator.

A culpa é um sentimento que ronda o ex-vereador, embora ele não se furte de tomar atitudes bastante condenáveis para se dar bem. É justamente por esses conflitos internos que o ator classifica o personagem como um dos mais difíceis de sua carreira.

"Eu ainda o estou descobrindo. Quando penso que ele não vai fazer determinada coisa, ele vai lá e faz. Ele é o papel mais humano que já fiz, está sempre em contradição. E o ser humano é isso, te ama de dia e de noite está te odiando. Ele acredita nas mentiras dele e é um cara que será eternamente infeliz. Nada é o bastante. Ele quer dinheiro, quer tomar vinho francês, mas se sente culpado. Qualquer pessoa com consciência do mundo não é feliz plenamente", afirma.

Depois de praticamente emendar dois protagonistas no horário das 21h, Nero diz que quer se dedicar a outros projetos no cinema e na música quando a novela acabar. "Quero férias da televisão com certeza. Eu mesmo não aguento mais minha cara, imagino as pessoas", brinca.