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José de Abreu festeja divisão entre "coxão" Gibson e militância no PT

José de Abreu como o Gibson de "A Regra do Jogo" - Pedro Curi/TV Globo
José de Abreu como o Gibson de "A Regra do Jogo" Imagem: Pedro Curi/TV Globo

Giselle de Almeida

Do UOL, no Rio

12/01/2016 11h47

Desde que foi revelado que Gibson é o Pai da facção de "A Regra do Jogo", José de Abreu só recebe um cumprimento, seja do público do "Encontro com Fátima Bernardes" que esbarra nele no Projac ou no consultório médico: "Vitória na guerra".

O ator comemora ter no currículo um vilão de João Emanuel Carneiro, criador de Floras e Carminhas que já fazem parte do imaginário do público. E torce para que o personagem, capaz de manter a própria filha em cativeiro por uma década e de assassinar quem estiver no seu caminho sem o menor remorso, continue aprontando das suas. Mas o desfecho merecido para o criminoso ainda é um mistério para o intérprete.

"Ele pode ser preso, pode ser morto, pode pegar um jato para a Suíça dando uma banana para todo mundo. Quero um final legal para a novela. É tudo tão confuso no Brasil... Não sei como vai terminar essa operação Lava Jato, que só tem delação premiada, bandido acusando bandido... Tem que ter prova! Sem isso não existe justiça. Gibson pode muito bem fugir com um habeas corpus do Supremo, como acontece com vários", compara.

Desde o início da novela, Gibson sempre chocou por sua visão reacionária, que vai de encontro à conhecida posição política do intérprete. "Achei uma sacada muito legal botar essas coisas, foi uma coincidência incrível. No dia em que viemos gravar a chamada do jogo de xadrez, o João me mandou os primeiros textos do Gibson e o PT me chamou para ser âncora do partido. Pensei: 'Isso é sincronicidade'", diz.

Eu escolhi fazer esse papel, e o João não é burro. É uma maneira de você jogar sua arte numa discussão política, que é sempre boa.

Acostumado a receber críticas na internet, ele se diverte com as reações apaixonadas que a coincidência provoca. "Eu escolhi fazer esse papel, e o João não é burro. É uma maneira de você jogar sua arte numa discussão política, que é sempre boa. Tem gente que diz: 'Só vejo a novela para ver esse petista falar as coisas que ele odeia'. Oba! Mais um! Gibson é um 'coxão' (risos). E isso é genial. Quando eu lia o texto, tinha a impressão de que ele tirava isso do Twitter. Se bem que nem no Twitter eu li essas coisas. Ele diz que os militares da ditadura eram frouxos porque não conseguiram acabar com as favelas", afirma.

Na trama, Abreu diz que o vilão ainda vai passar por algumas situações complicadas com a volta de Kiki (Deborah Evelyn), mas o próximo grande momento promete ser mesmo o embate com Toia (Vanessa Giácomo). "Deve acontecer por volta do capítulo 140, 150, porque ela descobre que ele deu a ordem de matar o pai dela. Ele vai fazer a mesma coisa com outro cientista, que descobriu um remédio que ele quer e não consegue comprar", adianta.

Com a saída de Zé Maria da facção, a organização criminosa ganha o reforço do Tio (Jackson Antunes), que sai da cadeia. "Mara também passa a receber missões mais de ação. E Romero (Alexandre Nero) começa a dar defeito. Ele nunca fica de um lado só", analisa o ator, que classifica Gibson como um psicopata. "É tudo falso, não tem emoção. Ele tem uma mente doentia. Tudo que ele faz é uma farsa para manter a família, mas não é amor", diz.