Pioneiro, "No Limite" volta com provas grotescas e anima ex-integrantes
Reality show pioneiro na TV brasileira, “No Limite” voltará ao ar nesta quinta-feira (28), às 23h, no canal pago Viva, que vai reapresentar a primeira temporada do programa, exibida em 2000. A atração, comandada por Zeca Camargo, marcou época pelas provas de resistência e refeições grotescas, como olho de cabra. Dezesseis anos depois, os ex-participantes estão animados com a reprise.
A primeira temporada de "No Limite", inspirada no reality norte-americano "Survivor", foi gravada na praia da Barra de Sucatinga, chamada no programa de Praia dos Anjos, no litoral do Ceará. Os 12 participantes, escolhidos por olheiros do "Fantástico", foram divididos em dois grupos ("Sol" e "Lua") e enfrentaram testes de resistência física e mental, além da convivência diária com os colegas.
Primeira experiência do gênero na TV brasileira, "No Limite" foi sucesso de audiência, com picos de até 56 pontos na Grande São Paulo, e recebeu críticas de sociólogos e psicólogos que acusaram a Globo de degradar direitos humanos e explorar os competidores.
O repúdio de especialistas, entretanto, não surtiu efeito e o formato reality show virou mania na televisão brasileira. Depois de "No Limite", o SBT confinou famosos na "Casa dos Artistas", a Globo lançou 16 edições de "Big Brother Brasil" e a Record vai para a nona temporada de "A Fazenda", só para citar os realities mais famosos do Brasil.
Provas, perrengues e olho de cabra
A campeã de "No Limite" foi uma azarã, Elaine Melo, que derrotou competidores mais jovens e fortes e faturou R$ 300 mil. "Eu era a gordinha que não tinha nada a ver e acabei ganhando", relembra.
A cabeleireira paulista conta que o segredo para ter vencido a competição foi prestar atenção e exercitar a mente: "Não era tanto [a questão] física. Era muita paciência, muita atenção. Na última prova, andei os três dias direto, não fiquei parada, e a Pipa ficou dentro da barraca. Isso gera um estresse bom e ruim. Fiquei com o bom".
Último homem a permanecer no reality, Thiago Toqueton aprova os perrengues do programa, como falta de alimento e comidas exóticas. O designer gráfico paulista confessa que chegou a provar olho de cabra depois de "No Limite".
"O olho de cabra ficou superfamoso. Provei dentro e fora do 'No Limite'. Depois do programa, em todo lugar tinha alguém inventando sopa de grilo, bolo de larva, sempre alguma coisa para eu experimentar", afirma.
Disney, depressão e amizade: os ex-"No Limite" 16 anos depois
Os ex-competidores do primeiro "No Limite" sentem saudades do programa e dizem que ainda são reconhecidos pelo público, porém com mais dificuldade. Animados com a reprise, topariam participar novamente do reality.
Campeã, Elaine lembra com carinho a experiência e ter virado exemplo de superação, porém admite que o prêmio de R$ 300 mil não mudou sua vida. Ela continua trabalhando no mesmo salão de beleza em São Paulo e foge dos holofotes. A cabeleireira luta contra a depressão desde a morte do pai, antes do reality começar.
"Acabei indo para o anonimato. Quando você está com depressão não quer ver ninguém. Tinha trabalho, palestras e me esquivava. Acabei me resguardando. Não vejo porque fazer de tudo para se manter famoso. Acho legal quando tem algo bacana para mostrar", afirma.
Elaine ajudou Andrea Baptista, ex-colega de confinamento, a enfrentar a depressão após a morte do filho mais velho dela, em 2013, aos 18 anos. A advogada, que aproveitou a fama do reality e chegou a posar nua, está estudando para se tornar atriz e aguarda uma nova oportunidade na TV: "Estou superdisposta". Ela fará uma festa em um restaurante no Rio de Janeiro para comemorar a volta do programa.
A maioria dos ex-participantes continua se falando após o reality. Além de Elaine e Andrea, Thiago mantém contato com seu melhor amigo na competição, Vanderson Souza. Depois de "No Limite", o bailarino baiano morou 11 anos na Europa, rodou o mundo em companhias de dança e fez musicais da Disney. De volta ao Brasil, abriu um estúdio e trabalha como produtor musical.
Segundo Vanderson, "No Limite" não o ajudou na carreira de bailarino. Pelo contrário, pensou em desistir da dança. "Eu era muito jovem, tinha 20 anos e [o programa] tirou do meu foco por um momento. Foi difícil para me reencontrar. Meu grande mestre na dança, o Zebrinha, fez com que eu enxergasse que aquele momento era passageiro", recorda.
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