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Datena relembra entrevista com Sócrates no Carnaval: "A gente bebia muito"

O apresentador José Luiz Datena contou, em entrevista exclusiva para o UOL, em um bar em São Paulo, sobre o novo programa "Quem Fica em Pé?" e nova fase de sua vida pessoal (4/4/12)  - Fernado Donasci/UOL - Fernado Donasci/UOL
José Luiz Datena
Imagem: Fernado Donasci/UOL

Marcela Ribeiro

Do UOL, no Rio

03/02/2016 18h51

De vestido longo, cartola cor-de-rosa e amigos pra lá de animados em uma festa regada a muita bebida. É assim que o saudoso jogador Sócrates, ídolo do Corinthians, aparece um vídeo gravado há 32 anos durante uma entrevista a José Luiz Datena no Carnaval, em Ribeirão Preto.

O registro foi publicado em um perfil do Facebook, nesta terça-feira (2), e já tem mais de 8.000 curtidas e centenas de comentários de internautas se divertindo com o estado de alegria do Dr. Socrátes, que, visivelmente alterado, confessava que ia chegar ao treino de segunda-feira "cansado de tanto dançar".

Tive que correr pra caramba para chegar ao mesmo nível deles. Eu perguntava uma coisa, os caras respondiam outra, virou uma zona terrível, mas foi muito divertido

Datena, que na época trabalhava na Globo de Ribeirão Preto, relembra com saudade do momento memorável e conta que, apesar de tentar demonstrar seriedade na entrevista em que foi até derrubado no chão, ele estava se sentindo em casa. Na primeira tentativa de entrevista, ele narra no vídeo que foi "batizado" por uma dose de uísque.

"A gente bebia muito desde moleque, eu bebia mais que o Magrão, mas quando eu trabalhava, eu não bebia, naquele dia eu era o único são que tinha ali. Fui fazer a entrevista e os caras já estavam largados no Carnaval. É lógico que, depois da entrevista, eu mandei a fita para a televisão, e evidente que aí eu me igualei aos caras para chegar onde eles estavam. Tive que correr pra caramba para chegar ao mesmo nível deles. Eu perguntava uma coisa, os caras respondiam outra, virou uma zona terrível, mas foi muito divertido", recorda.

Datena e Sócrates eram muito amigos, "um grande irmão", como o apresentador costuma dizer, pertenciam ao mesmo grupinho da bagunça e costumavam jogar bola juntos.

"Eu era da categoria dente-de-leite do Botafogo de Ribeirão e ele era do juvenil, ele era três anos mais velho que eu. A nossa turma bebia pra caramba, eu bebia muito mais que o Socrátes. Ele, infelizmente, morreu de cirrose e tal, mas eu bebia muito mais, era para eu ter ido antes dele. Tive um problema de pâncreas sério, operei faz quase 10 anos, por causa disso, eu bebia muito", conta.

A gente cresceu e nós nos tornamos bebedores profissionais. Foi uma fase muito boa da vida, infelizmente isso aí não volta mais

O apresentador da Band, que atualmente comanda o "Brasil Urgente", gosta de reforçar que, em seus mais de 40 anos de profissão, dedicou boa parte dele ao jornalismo esportivo. Além de narrador de futebol, ele se destacou como repórter, por focar no humor durante suas entrevistas.

"Aquela época era uma coisa muito mais divertida do que essa situação terrível de apresentar programa de polícia. Costumo dizer que estou cumprindo pena e não contrato. Aquilo lá que era legal", diz.

Por ser amigo de longa data de Sócrates, Datena conta que teve o privilégio de vê-lo jogar desde o início e acompanhar momentos inesquecíveis em campo.

"O Magrão é um dos caras de maior caráter que conheci na minha vida, ele era gênio em tudo o que ele fazia. Me ajudou muito, sempre foi um companheiro leal. Já aprontamos muito juntos. Era engraçado que eu jogava no jogo preliminar deles e depois a gente ficava de gandula pegando a bola no jogo dele. O que eu vi o Sócrates jogar de futebol no começo da carreira dele pouca gente viu, porque o Magrão sempre foi gênio e naquela época bebia menos. Depois a gente cresceu e nós nos tornamos bebedores profissionais. Foi uma fase muito boa da vida, infelizmente isso aí não volta mais", conta.