"Continuo apavorado", diz Domingos Montagner sobre novo protagonista às 21h

Santo é, antes de tudo, um forte. Arquétipo do herói, nas palavras do intérprete Domingos Montagner, o personagem é um dos protagonistas de "Velho Chico", novela que substitui "A Regra do Jogo" no horário das 21h a partir de março. E mesmo o fato de já ter encarado o posto em trabalhos como "Sete Vidas", "O Brado Retumbante" e "Romance Policial - Espinosa" não deixa o ator de 54 anos mais tranquilo frente à nova responsabilidade.
"Eu continuo apavorado do mesmo jeito (risos). Fico preocupado toda vez que entro num trabalho, novela é um compromisso muito grande. Você tem que sustentar o personagem por muito tempo. É uma condução diferente de uma série ou de um filme, que tem começo, meio e fim. É um volume enorme e você tem que ser mais flexível", analisa.
Na novela de Benedito Ruy Barbosa, escrita por Edmara e Bruno Barbosa, Santo é filho dos retirantes Belmiro (Chico Diaz) e Piedade (Cyria Coentro/Zezita Matos), que encontram abrigo na fazenda Piatã, do capitão Ernesto Rosa (Rodrigo Lombardi). Como a trama, ambientada nos anos 60 até os dias atuais, atravessa gerações, o mesmo personagem também é vivido pelo menino Rogerinho Costa e por Renato Góes.
"É a primeira vez que construo um personagem com outro ator. Em 'Sete Vidas', eu e Jesuíta Barbosa convivemos pouco, ele fazia mais cenas de flashback do Miguel. Aqui, é a primeira fase que constrói a história, eu vou fazer a continuidade. Tem sido um trabalho muito legal de observação com o Renatinho. A gente tem que ver o personagem da mesma forma", diz ele, que entra em cena no capítulo 25.
Urbano como um bom paulistano, o ator está ansioso para as primeiras gravações no sertão nordestino - região que ele conhece por conta de algumas sequências de "Cordel Encantado" e do filme "Gonzaga - De Pai pra Filho". O ator conta que leu muito sobre a região do Rio São Francisco, pesquisou sobre as populações ribeirinhas e assistiu a longas como "Deus e o Diabo na Terra do Sol" e "Cabra Marcado Para Morrer". Além disso, desde outubro, fez um trabalho de preparação com todo o elenco no galpão de experimentação artística comandado pelo diretor Luiz Fernando Carvalho, no Projac, teve aulas de prosódia e palestras com historiadores.
Amor impossível
Na trama, Santo se divide entre o amor impossível por Maria Tereza (Isabella Aguiar/Julia Dalavia/Camila Pitanga), filha de uma família rival, e o casamento com Luzia (Carla Fabiana/Larissa Góes/Lucy Alves), herdeira do capitão Rosa.
"No amor ele vive um conflito clássico. Tem um impedimento social, é uma abordagem épica de duas famílias que se opõem socialmente. Mas esse conflito não tira a determinação dele, o amor pela terra, pela família", conta.
Inicialmente escalado para protagonizar "Sagrada Família", de Maria Adelaide Amaral, Montagner acabou trocando de projetos com a mudança de novelas no horário nobre.
"Só tinha lido a sinopse e poucos capítulos. É lógico que a gente cria expectativa, nunca trabalhei com a Cacau (Cláudia Abreu) e o Giane (Reynaldo Gianecchini), que são grandes amigos. Nem sei se continua o mesmo elenco. Mas vim para outro projeto igualmente importante e fiquei superfeliz. Nunca tinha trabalhado com o Luiz, que tem um processo muito particular, e é ótimo viver essa experiência dentro da televisão", afirma.
A estreia de "Velho Chico" vem cercada de expectativa, depois da dificuldade de "Babilônia" e "A Regra do Jogo" manterem bons números de audiência diante do embate direto com o fenômeno "Os Dez Mandamentos", da Record. Mas isso não significa um peso maior sobre os ombros do ator.
"Não é uma responsabilidade além do que a gente está habituado, que é construir uma coisa nova que tenha impacto no público. A gente quer muito que tudo dê certo", declara.
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