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"Um não é mais nobre que outro", diz Porta dos Fundos sobre variar formatos

Porta dos Fundos lança a série "Portátil", que será exibida no canal Comedy Central - Natalia Guaratto/UOL
Porta dos Fundos lança a série "Portátil", que será exibida no canal Comedy Central Imagem: Natalia Guaratto/UOL

Natalia Guaratto

Do UOL, em São Paulo

08/03/2016 12h47

Lançando seu segundo projeto para a TV, a série documental "Portátil", o Porta dos Fundos não pode ser mais considerado como "humor da internet". Em evento para a imprensa nesta terça-feira (8), a trupe disse que o objetivo do grupo agora é "experimentar linguagens".

"As pessoas sempre acham que o Porta quer fazer internet porque começou lá. Na verdade, a gente começou na internet porque era o lugar mais fácil. A gente quer fazer internet, mas quer fazer todo o resto. Tanto faz se é no teatro, cinema ou televisão", diz o diretor Ian SBF.

Criada em 2012 por Ian, Gregório Duvivier, João Vicente de Castro, Fábio Porchat e Antonio Tabet, o Porta dos Fundos fez sucesso com esquetes curtas de humor. Vários dos vídeos se tornaram virais, fazendo com o que o grupo ganhasse projeção. No ano passado, eles levaram o Porta dos Fundos para a Fox e estrearam sua primeira série para a TV, "O Grande Gonzalez". Este ano, o grupo estreia seu primeiro longa-metragem, "Contrato Vitalício".

"A gente sempre se viu como produtora de conteúdo. Antes do Porta, todo mundo pensava: 'Vamos fazer uma coisa com a cara da internet', aí faziam coisas meio adolescentes, toscas. Achavam que o público de internet gostava de coisas toscas e a gente nunca apostou nisso. As pessoas da internet gostam das mesmas coisas que as pessoas que vão ao cinema. Elas gostam de qualidade, coisas engraçadas e bem feitas. A gente nem vê tanto essa diferença. Não vemos um como mais nobre que o outro . A gente adora experimentar linguagens", completa Gregório.

Exibido pelo Comedy Central a partir de 14 de março, o "Portátil" é uma série documental com cinco episódios que mostra os bastidores da peça homônima de improviso que rodou o Brasil e Portugal. Além de Duvivier, o elenco tem João Vicente de Castro, Luís Lobianco e o colombiano Gustavo Miranda. O músico Andres Giraldo participa da peça acompanhando a história com improvisos musicais.

A história do espetáculo é criada em conjunto com a plateia e sempre começa com a mesma pergunta: "Como seus pais se conheceram?". "Escolhemos essa questão porque na resposta você já consegue saber muito da pessoa", diz Gregório. Depois de rodar o Brasil, o grupo diz que teve espetáculos incríveis e outros "muito difíceis".

Gregório elege a história de uma senhora de 91 anos cujos pais se conheceram fugindo do nazismo como a melhor que ouviu. "Gosto quando a história da pessoa se confunde com a história do mundo", conta. Para Lobianco, os espetáculos no nordeste foram "os mais quentes e calorosos". "Lá as pessoas interferem mais na história. Já no sul, as pessoas são mais reservadas, mas te dão um feedback bem completo depois da apresentação", diz.

"Portátil" terá cinco episódios exibidos ao longo de uma semana. Nos quatro primeiros, com duração de 30 minutos cada, o foco será nos bastidores da turnê e mostrará o processo de criação do espetáculo. Mais extenso, o episódio final vai mostrar o resultado final de uma das peças.