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"Estava segura e confortável", diz Carol Castro sobre nudez em novela

Giselle de Almeida*

Do UOL, no Rio

16/03/2016 12h02

"Velho Chico" impressionou logo de cara pelas belas paisagens que capturou do sertão nordestino, mas Carol Castro rivalizou de igual para igual com o São Francisco na atenção do público nos dois primeiros capítulos da novela. Entregue de corpo (nu) e alma à apaixonada e intensa Iolanda, a atriz contou ao UOL que não esperava tamanha repercussão de seus nudes na trama de Benedito Ruy Barbosa.

"Eu tinha as melhores expectativas para essa estreia porque desde o começo vi que esse era um projeto muito especial, feito por pessoas apaixonadas pelo seu ofício, entregues e inteiras. Mas realmente me surpreendi com esse retorno tão positivo", diz ela, que não ficou tímida na hora de gravar. "Estava muito segura e confortável o tempo todo porque confiei de olhos fechados na direção. Já fiz outras cenas picantes. O bacana dessa novela é que nada é gratuito, tudo foi conversado antes", afirma.

O amor urgente de Iolanda e Afrânio, vivido por Rodrigo Santoro na fase jovem, exigiu dos atores uma química quase imediata nas cenas mais quentes e também nas mais românticas. Na história, escrita por Edmara Barbosa e Bruno Luperi, o casal se separa quando o advogado volta para Grotas de São Francisco após a morte do pai, Jacinto (Tarcísio Meira).

"Nós nos conhecemos muito rapidamente, há muitos anos. O Rodrigo é um ator genial e um grande parceiro de trabalho, muito generoso", diz.

Carol conta que usou referências musicais e cinematográficas para atingir o tom que a cantora exigia. "Ouvi muito Gal Costa, Bethânia, Caetano e Gil para entrar nesse universo da Tropicália. Vi filmes do Bertolucci, do Fellini. Mas as maiores referências que eu poderia ter tido foram passadas pelo próprio Luiz Fernando Carvalho (diretor artístico da novela), que conceituou a Iolanda muito bem pra mim. Ele definiu: ela representa o amor, o feminino", lembra ela, que já fazia aulas de canto por conta da peça "Nine" e retomou os estudos para o folhetim.

A atriz diz que nunca viveu uma história como a do casal da ficção. "O amor deles é um amor muito intenso, com muita paixão, que é meio proibido por eles terem origens diferentes. Nunca vivi amor semelhante, mas todos os amores e situações que vivemos nos dão combustível e matéria-prima para as personagens", conta.

O fato de Iolanda saber ler a mão e acreditar em previsões vai ser crucial para que a história se desenvolva na segunda fase da trama, quando os dois, vividos por Christiane Torloni e Antonio Fagundes, se reencontrarem. "Ela lida com o destino de uma maneira diferente. Justamente por ela acreditar nesse amor que sobrevive a qualquer tempo e a qualquer obstáculo, que isso vai ser possível. Senão ela tinha desistido. No fundo, no fundo, ela soube que eles iam se reencontrar", afirma.

Filha de pernambucana, Carol comemora mostrar um pouco de suas raízes nordestinas na novela. "Temos que voltar a atenção para o povo, para a cultura, para a natureza daquela região", diz.

* Com colaboração de Ana Cora Lima