Topo

Repórter da Globo, Susana Naspolini dá voz ao povo e celebra resultados

Susana Naspolini é repórter do "RJ Móvel", que vai ao ar no "RJ TV 1ª edição", na Globo - Sérgio Zalis/ TV Globo
Susana Naspolini é repórter do "RJ Móvel", que vai ao ar no "RJ TV 1ª edição", na Globo Imagem: Sérgio Zalis/ TV Globo

Marcela Ribeiro

Do UOL, no Rio

18/03/2016 07h00

Repórter do "RJTV", Susana Naspolini, 43 anos, conquistou os cariocas com seu jeito popular de apresentar os problemas de moradores de comunidades e cobrar soluções das autoridades locais no quadro "RJ Móvel". De uma forma descontraída e criativa, ela difere dos demais repórteres da Globo. Susana dança, bate panela, brinca de gangorra e até entra em buracos para celebrar obras concluídas ou protestar, após denúncia de moradores. Recentemente, Naspolini conquistou também o pessoal do "Tá no Ar", que nessa temporada criou uma esquete inspirada na forma empolgante como ela faz suas reportagens.

"Eu adorei! Ri muito e muita gente me ligou para dizer que tinha visto! Foi uma honra enorme ser parodiada por esses profissionais tão competentes", conta a repórter ao UOL. Os trejeitos da repórter são imitados por Georgiana Góes no "programa" "Cidade Inversa", do "Tá no Ar".

Naspolini se divertiu com paródia do "Tá no Ar": "Eu adorei! Ri muito" - Reprodução/TV Globo - Reprodução/TV Globo
Naspolini se divertiu com paródia do "Tá no Ar": "Eu adorei! Ri muito"
Imagem: Reprodução/TV Globo
A animação em suas reportagens deixa claro que Naspolini ama o que faz e acredita na força do jornalismo comunitário. "Sou muito, muito feliz em participar dele! Saber que o nosso trabalho está ajudando a melhorar a vida das pessoas realmente não tem preço. Fico de verdade emocionada com isso. Ganho o dia quando fechamos o calendário ou seja, quando um problema é resolvido", diz ela, que não costuma se desligar do trabalho nem mesmo quando está em casa. "Enquanto um problema não é resolvido eu até sonho com ele".

Ela explica que o "RJ Móvel" entra nas comunidades quando o poder público não atende as necessidades básicas da população e lamenta que os cidadãos tenham que cobrar os seus direitos na TV. "Acho triste as pessoas terem que recorrer à imprensa para ter saneamento básico, água encanada, asfalto. Mas por outro lado, é muito bom que essas pessoas tenham esse espaço na TV. É um espaço justo, necessário e muito eficaz!".

Susana Naspolini durante entrevista com moradores de comunidade carioca - Reprodução/Facebook - Reprodução/Facebook
Susana Naspolini durante entrevista com moradores de comunidade carioca no "RJTV"
Imagem: Reprodução/Facebook
 Com pautas focadas em áreas carentes da cidade, Naspolini, que tem um estilo de vida simples, acaba virando amiga de alguns moradores e costuma ouvir dezenas de histórias diariamente. Como forma de gratidão, a repórter e sua equipe costumam ganhar bolo, café da manhã, presentes e até espumante para celebrar a entrega de uma obra dentro do prazo.

"Em alguns lugares, a nossa equipe acaba indo cinco, 10, 12 vezes, então não tem como não se aproximar. E isso é bom demais! Adoro e guardo todos os presentes que ganho. Tudo é sempre dado com muito carinho, sempre acompanhado de um abraço gostoso, um beijo, uma energia muito boa!", conta a catarinense nascida em Criciúma.

Com passagem pelo SBT, TV Vanguarda e GloboNews, Naspolini disse que o estilo de reportagem mais informal aconteceu naturalmente e que nada é combinado. É o morador quem conduz a reportagem e mostra o problema.

23.out.2015 - Susana Naspolini se pendura em barra de ferro - Reprodução/TV Globo - Reprodução/TV Globo
Susana Naspolini se pendura em barra de ferro durante reportagem
Imagem: Reprodução/TV Globo

"O morador é o nosso guia e nós participamos junto com ele daquela realidade. Eu não saberia fazer de outro jeito.", diz ela, que esclarece que nunca recebeu orientação da emissora para agir com mais formalidade. "O que pedem é que eu tenha bom senso e não corra qualquer risco na hora de gravar. De resto, é chegar ao local e mostrar da melhor forma o problema que tanto aflige aqueles moradores".

Susana pode até não correr riscos, mas perrengues ela já passou alguns ao vivo e detalha ao UOL alguns deles.

"Certa vez, ao vivo, um secretário se recusou a pegar o calendário e os moradores ficaram revoltados com a sua atitude. Foi uma saia justa. Também já levei um tombo quando descemos para gravar debaixo de uma ponte e outra vez vi um rato sair de um buraco. Nunca dei um pulo tão alto! (risos)", lembra.

Mesmo quando está fora do trabalho, Susana é abordada com frequência pelas ruas do Rio e conta que adora ouvir boas histórias e ter um retorno do público.

"As pessoas param para comentar uma reportagem, falam revoltadas do descaso de determinada Prefeitura, perguntam como foi estar naquela situação, se o café estava gostoso, se a feijoada era de verdade... E, claro, algumas vezes pedem para o 'RJ Móvel' ir ao bairro delas. É um retorno delicioso e muito, muito importante para o nosso trabalho", conta.

"Rezo muito e tenho muita fé"

Se Naspolini sabe ser firme na hora de cobrar respostas das autoridades para os problemas da população, ela também não fraqueja nas dificuldades enfrentadas em sua vida pessoal. A jornalista ficou viúva, em 2014, do apresentador e narrador esportivo Maurício Torres com quem teve uma filha, Julia, nove anos. A repórter também já enfrentou um linfoma, aos 18 anos, um câncer da mama e um na tireoide, em 2010, e contou de onde vem tanta força para encarar as batalhas da vida.

"De Deus! Ele me colocou numa família maravilhosa e esteve ao meu lado em todos os momentos, sempre me fazendo acreditar que tudo daria certo. Rezo muito e tenho muita fé. Problemas fazem parte da vida. Vamos enfrentá-los e seguir em frente, sempre!".