SBT coloca jornalistas no lugar de atores e dá toque de realidade a novela

Jornalistas agrupados com bloquinhos de anotações e gravadores em mãos, acomodados com fotógrafos também devidamente equipados, dispostos de pé enfileirados aguardando pelo primeiro clique que em instantes fará a sala ser iluminada por flashes disparados aleatoriamente. O cenário seria típico da agenda de profissionais de imprensa, não fosse pelo fato de que cada movimento havia sido previamente ensaiado.
Habituado a cobertura de bastidores de televisão, tão logo cheguei à sede da emissora, em Osasco (São Paulo), me dei conta do caráter singular daquele evento ao receber do assessor de imprensa um roteiro com as falas dos personagens e a dos repórteres.
Desconfortável com a ideia de interpretar a mim mesmo em uma novela, fiz a leitura do texto e disse aos demais repórteres que não fazia questão de disputar com eles o número de falas. Bom mesmo seria ficar com uma figuração menos participativa na cena. Já no estúdio soube que o diretor Reynaldo Boury, responsável pela ideia de ter jornalistas de verdade em uma cena fictícia, desejava era que todos tivessem a oportunidade de fazer uma pergunta. Segundo ele, não teríamos cachê e, em suas palavras, seria "no amor". Lá fui eu.
"Olá, meu nome é Felipe Pinheiro, sou repórter do UOL, e gostaria de saber se vocês já se conheciam antes da banda Cúmplices de um Resgate". Essa era a minha fala. A outro repórter coube a pergunta mais ousada da coletiva. Como na vida real, o jornalista pergunta para Joaquim (João Guilherme) se há um romance na banda. "É bem como vocês fazem, bem maliciosos", instruiu o diretor sobre a entonação ideal.
Ensaiamos com os integrantes da banda CR1 a coletiva em que é lançado o primeiro CD da turma. Uma, duas, três vezes repetimos nossas breves falas. Ainda assim, no "valendo", nem todos acertamos de primeira - mas tudo bem, até mesmo alguns dos pequenos e brilhantes profissionais também precisaram refazer suas cenas.
"Vocês vão perguntar o que está no script. Só quero que vocês decorem. Procurem falar não tão depressa, para que consigam entendê-los melhor ", dizia Boury, auxiliado pela assistente de direção Vanessa Arruda, que teve a desafiadora missão de dirigir os jornalistas em contraponto as crianças prodígio. Além de nós, repórteres e elenco, figurantes de verdade ajudaram a compor a cena, misturando-se aos profissionais de imprensa.
Acostumado a trabalhar com atores mirins desde "Carrossel", Boury, que é conhecido como um diretor exigente, disse que a princípio a cena seria feita por atores, mas o resultado de nossa participação não o decepcionou por completo - pelo menos interpretei como sincero o comentário que fez ao fim das gravações: "Vocês até que estão mais ou menos. Não dá para ficar bravo com vocês."
A previsão é de que a coletiva da banda vá ao ar no fim de abril, em "Cúmplices de um Resgate", no SBT.
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