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Em Bruxelas, Zeca Camargo faz longo desabafo sobre atentados na cidade

Zeca Camargo circula por ruas da cidade de Bruxelas para mostrar o clima na cidade após atentatos terroristas - Reprodução/Instagram
Zeca Camargo circula por ruas da cidade de Bruxelas para mostrar o clima na cidade após atentatos terroristas Imagem: Reprodução/Instagram

Do UOL, em São Paulo

23/03/2016 05h06

Em Bruxelas, na Bélgica, a passeio, Zeca Camargo voltou a falar sobre os atentados terroristas que aconteceram na cidade. Na madrugada desta quarta-feira (23), o jornalista e apresentador da Globo usou seu perfil no Instagram para fazer um longo desabafo sobre o clima de terror que se instalou na região.

“Amanhece na cidade que 24 horas atrás conheceu o terror de perto. Bruxelas, na Bélgica, é famosa por ser pacata e charmosa. E é de fato. Minhas lembranças de quando visitei a cidade pela primeira vez, nos idos dos anos 80, são as mais encantadoras. Sim, comi alguns dos melhores chocolates do mundo. Sim, fui ver Bruegels e Magrittes nos museus - para citar apenas dois artistas que são tesouros nacionais. Sim, tirei foto - das antigas, daquelas de revelar mesmo - na frente do curioso Atomiun. Sim, passei pelo Grand Palace - e me deslumbrei com ele. Sim, fui meditar na catedral de Saint Michel. Sim, tomei ótimas cervejas e não escapei de fazer uma pose na frente da famosa estátua do Manneken - o menino fazendo xixi há séculos numa das mais antigas ruas da cidade”, escreveu o jornalista sobre sua primeira visita à cidade.

“Tudo isso eu esperava revisitar e compartilhar com você, quando um terrível ataque terrorista inevitavelmente mudou o rumo da minha visita aqui - e, para sempre, o cotidiano dos belgas, sobretudo os que moram na capital. Desde ontem, a vida para essas pessoas segue - ela tem que seguir, não é? Mas de uma maneira diferente: com mais cuidado, com mais tensão, com mais perguntas, com mais indignação. Porque o que houve ontem não se explica com meia dúzia de notícias num jornal desta manhã. Tudo que está acontecendo no mundo é tão complexo, que talvez vamos levar gerações para superar - e evoluirmos como civilização”, continuou Zeca.

“Mas sou otimista. Quem sabe antes disso eu ainda volto a Bruxelas para ver tudo isso e dividir então com você? Hoje porém, para me despedir da cidade, prefiro deixar então essa foto de fachadas de casas comuns, num bairro antigo da capital (St. Gilles) - que de certa forma representa o próprio cotidiano que os belgas agora vão tentar retomar. E nós... Seguimos viagem, claro. É nosso destino! Até porque, ainda temos que nos despedir do Velho Chico não é mesmo? Amanhã faremos uma pausa, mas já já retomamos nossos itinerários. Porque a única opção que temos é ir em frente... (E mais uma vez, obrigado pelo carinho nas mensagens de ontem!).”, finalizou.

Atentados em Bruxelas

A Procuradoria da Bélgica confirmou que foram atentados coordenados as três explosões registradas por volta das 8h15 (4h15 de Brasília) desta terça-feira (22) em Bruxelas, na Bélgica, -- duas no aeroporto internacional da capital, perto dos balcões de check-in no terminal de embarque, e outra na estação de metrô de Maelbeek, localizada próxima a edifícios da União Europeia.

Ao menos uma das explosões foi provocada por um homem-bomba.

Ao menos 34 pessoas morreram -- 20 no metrô e 14 no aeroporto -- e 136 pessoas ficaram feridas, segundo um balanço provisório das autoridades.

O governo belga já elevou ao nível máximo o alerta para ataques terroristas, já que as explosões ocorrem quatro dias depois da prisão de Salah Abdeslam, suspeito de ter participado da série de ataques terroristas em Paris, em novembro do ano passado, que deixou 130 mortos. A polícia da Bélgica está em alerta desde então por conta de possíveis represálias.

 

Amanhece na cidade que 24 horas atrás conheceu o terror de perto. Bruxelas, na Bélgica, é famosa por ser pacata e charmosa. E é de fato. Minhas lembranças de quando visitei a cidade pela primeira vez, nos idos dos anos 80, são as mais encantadoras. Sim, comi alguns dos melhores chocolates do mundo. Sim, fui ver Bruegels e Magrittes nos museus - para citar apenas dois artistas que são tesouros nacionais. Sim, tirei foto - das antigas, daquelas de revelar mesmo - na frente do curioso Atomiun. Sim, passei pelo Grand Palace - e me deslumbrei com ele. Sim, fui meditar na catedral de Saint Michel. Sim, tomei ótimas cervejas e não escapei de fazer uma pose na frente da famosa estátua do Manneken - o menino fazendo xixi há séculos numa das mais antigas ruas da cidade. Tudo isso eu esperava revisitar e compartilhar com você, quando um terrível ataque terrorista inevitavelmente mudou o rumo da minha visita aqui - e, para sempre, o cotidiano dos belgas, sobretudo os que moram na capital. Desde ontem, a vida para essas pessoas segue - ela tem que seguir, não é? Mas de uma maneira diferente: com mais cuidado, com mais tensão, com mais perguntas, com mais indignação. Porque o que houve ontem não se explica com meia dúzia de notícias num jornal desta manhã. Tudo que está acontecendo no mundo é tão complexo, que talvez vamos levar gerações para superar - e evoluirmos como civilização. Mas sou otimista. Quem sabe antes disso eu ainda volto a Bruxelas para ver tudo isso e dividir então com você? Hoje porém, para me despedir da cidade, prefiro deixar então essa foto de fachadas de casas comuns, num bairro antigo da capital (St. Gilles) - que de certa forma representa o próprio cotidiano que os belgas agora vão tentar retomar. E nós... Seguimos viagem, claro. É nosso destino! Até porque, ainda temos que nos despedir do Velho Chico não é mesmo? Amanhã faremos uma pausa, mas já já retomamos nossos itinerários. Porque a única opção que temos é ir em frente... (E mais uma vez, obrigado pelo carinho nas mensagens de ontem!).

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