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Católica, personagem de Maitê Proença usará escravos para sexo em novela

Marcela Ribeiro

Do UOL, no Rio

01/04/2016 00h55

Dionísia, a personagem de Maitê Proença em "Liberdade, Liberdade", próxima novela das onze, que estreia dia 11 de abril na Globo, será bastante contraditória. Tia de criação de Joaquina (Andréia Horta), ela se considera uma senhora de respeito, é conservadora e bastante católica, mas usa seus escravos para satisfazer seus desejos.

"Ela ama os protocolos aristocráticos, as regras da corte, ela é extremamente católica, mas submete os escravos a práticas sexuais que ela ordena, comanda. E quando não sai do jeito que ela quer, ela manda para o pelourinho", adiantou a atriz no evento de lançamento da novela nesta quinta-feira (31) no Rio de Janeiro.

O fato de ela dominar os escravos talvez tenha relação com algum trauma do passado, já que Dionísia sofreu agressões de seu ex-marido.

"Ela tentou matar o ex-marido, não conseguiu e é algo que ela lastima muito. Ela tem marcas no corpo das violências físicas que ele a submeteu todas as noites", disse Maitê.

A atriz tenta encontrar justificativas para compreender sua personagem e os motivos que a levam a ter determinadas atitudes.

"Nós somos todos contraditórios, agora a gente acha tudo muito esquisito, mas para aquela época, para aquele momento talvez não fosse tanto. Ela faz como quem toma chá. Ela considera os escravos como se fossem propriedade dela. Na hora que ela está um pouco tensa, ela chama e pode mandar fazer do jeito que ela gosta", explicou a atriz.

"Vulgarização da nudez"

Aos 58 anos, Maitê está tranquila com as cenas de nudez, afinal ela mesma diz que está bem enquanto aponta para seu corpo esbelto.

"Não sei quanto que será mostrado das cenas de sexo. No texto, elas estão sugeridas. O autor tem um respeito aos atores e ao diretor para deixar a liberdade de fazer como for melhor".

E apesar de não ver problema em gravar cenas sem roupa, a atriz acredita que recentemente a TV exagerou na nudez em troca de audiência, o que acabou desagradando o público.

"Acho que houve abusos e aí o público não gosta de abusos, porque ele sente que está sendo usado. Eles pensam: 'Acham que eu sou bobinho e por causa desse peito eles vão me pegar para a audiência', e de fato aconteceu muito disso, uma vulgarização no uso da nudez. Acho que é bom fazer quando é necessário e aquilo realmente vai contribuir com a cena. Quando não é só um mecanismo de causar audiência", opinou.

"Liberdade, Liberdade" é focada na história de Joaquina (Mel Maia/Andréia Horta), a filha de Tiradentes (Tiago Lacerda), o mártir da Inconfidência Mineira. A novela de Mário Teixeira tem direção de Vinicius Coimbra.