"Trabalhamos mais e ganhamos menos", diz Lázaro sobre Jay-Z e Beyoncé
Mister Brau (Lázaro Ramos) ganhará uma "rival" à altura na segunda temporada da série, que estreia dia 12: ninguém menos que Michele (Taís Araújo), que deslancha sua carreira internacional cantando sucessos de Lenine e Lulu Santos nos Estados Unidos. O casal pop está cada vez mais próximo de atingir o patamar de Jay-Z e Beyoncé, astros que o jornal "The Guardian" já comparou aos atores brasileiros numa reportagem. Mas eles não entram na onda, que fique bem claro.
"Encaro como uma piada. Achei legal, bacana, mas a conta bancária não é a mesma, a quantidade de funcionários não é a mesma, a carga de trabalho não é a mesma. A gente trabalha muito mais e ganha muito menos", brinca Lázaro.
Mas uma coisa o casal não nega: os dois se divertem horrores ao brincarem de popstars na série. Em Salvador, os dois experimentaram o que os ídolos do axé sentem ao arrastarem uma multidão durante o Carnaval. Preparados para gravarem poucas cenas de passagem na folia baiana, os dois se empolgaram e animaram um trio de verdade.
"A gente não estava esperando nada. Quando chegamos lá fomos tão bem recebidos, e os artistas que a gente encontrava estavam tão disponíveis que a gente começou a fazer um monte de cenas. Falamos para os roteiristas: Claudia Leitte fez essa, Carlinhos Brown fez essa...'. E aconteceu uma coisa inusitada: a Ivete ficou doente e não foi. Não sei de onde tirei isso, mas olhei para a banda dela e disse: Tim Maia. Puxamos o trio, e foi lindo. Era a primeira vez que a gente ia para a rua num lugar com muita gente, e deu para entender o que a série significou", lembra o ator.
Taís, que já tinha sentido o gostinho do sucesso popular com as Empreguetes de "Cheias de Charme", afirma que ser cantora, no entanto, só mesmo na ficção. "Vida de popstar é muito barra pesada, eu não aguentaria. É uma rotina muito da noite, eu sou do dia, fico logo mal-humorada, não tenho a menor vocação", afirma.
Mas nas gravações em que tem que encarar um palco e uma plateia, ela se realiza. "É tão legal! Fica cheio, tem umas caravanas, é tão engraçado! O dia que a gente grava só a plateia é o mais legal, porque vira um show de verdade. No ano passado o povo não tinha menor noção de nada, era uma vergonha. Mas agora a série já foi ao ar, todo mundo gritava: 'Lindo, tesão, bonito, gostosão!'", diverte-se a atriz.
Segundo Lázaro, a apresentação do faz de conta é até mais difícil por conta de tantas repetições. Mas na hora do 'gravando' bate a emoção - e também a ansiedade - que antecede um show de verdade. "É maravilhoso botar essas roupas, ver todo mundo cantando junto. Eu me arrepio como se fosse cantor. Teve um dia que a plateia tinha 1.500 figurantes, as pessoas começaram a gritar. Eu estava nervoso, porque não podia errar a letra nem a coreografia. Os dois primeiros takes eu fiz mal", conta.
Na trama da segunda temporada, nem todo o sucesso de Michele significa que a vida do casal está em seu melhor momento. Por um lado, ela, que se apresenta em casas noturnas de Nova York, sente-se um tanto deslocada.
"Ela está acostumada a um show mais popular, com não sei quantas mil pessoas, o povo aplaudindo. Aqui é uma coisa sofisticada, ela não se identifica. Além disso, ela morre de saudade da vida deles no Brasil", afirma Taís, que mostrou afinação ao interpretar "Paciência", de Lenine, no dia que o UOL acompanhou uma gravação da série.
Já Brau fica meio incomodado com a atenção voltada para a mulher. "Como todo bom personagem, ele é cheio de defeitos. Fica com ciúme, com inveja. E fica sem criatividade, não consegue compor músicas, porque Michele é a musa dele", avalia Lázaro, que já brincou de cantor também em "Ó Paí, Ó" e na série "Doce de Mãe", onde viveu o ídolo do "axénejo universitário" Francis Farmer.
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