O Negócio chega ao 3º ano; "Bandeira feminista atrai o público", diz atriz
Belas, mas nem recatadas e nem do lar, as garotas de programa empreendedoras de “O Negócio” retornam à TV neste domingo (24), quando estreia a terceira temporada da série, após uma pausa de um ano e meio.
Donas de uma empresa de sucesso, a Oceano Azul, Karin (Rafaela Mandelli), Luna (Juliana Schalch) e Magali (Michelle Batista) agora precisam encarar desafios internos. “Finalmente elas conseguem alcançar todos os objetivos que almejaram ate hoje. Só que rola uma insatisfação generalizada. Tem uma tristeza nesse início de temporada”, conta Rafaela ao UOL.
“Elas são tão poderosas, tão ricas, que os desafios são maiores, os riscos são maiores”, completa Michelle, levantando as principais questões da nova temporada: “E agora, para onde a gente vai? Era isso que a gente queria? E agora, o que eu faço com isso? vai levar as personagens para lugares diferentes”.
A temporada, que dará mais destaque a personagens secundários, promete trazer um lado mais humano das personagens, de acordo com Juliana. “Essa temporada traz ainda mais humanidade, conhecemos os personagens de outros ângulos, mais profundos talvez. Sem perder o humor! As reviravoltas são inesperadas e, ao mesmo tempo que engraçadas, testam os limites de cada um. Até onde se pode ir?”
Como anunciado no trailer da nova temporada, Karin deve voltar a atender – mas Rafaela faz mistério sobre as razões que levarão sua personagem a isso. “Se eu falar isso, dou um spoiler da terceira temporada inteira”, diz a atriz, bem-humorada. Ela, porém, adianta que a personagem terá problemas também profissionais, já que ocupa o cargo de CEO e sofrerá preconceitos: “Todo o passado dela vem à tona. Tudo isso é colocado à prova e, ao mesmo tempo tudo o que ela conquistou foi em função do passado dela.”
Em meio a tudo isso, as três protagonistas ainda têm de lidar com a chegada de Mia (Aline Jones), uma jovem “contida e observadora” que trará “ideias ambiciosas”, nas palavras da atriz. “A cumplicidade que a Mia estabelece com a Karin pode incomodar a Luna e a Magali, colocando à prova a amizade das três e redefinindo as relações para a chegada da quarta personalidade feminina”, explica Aline.
Feminismo e prostituição sem tabus
Bem-sucedido na ficção, o trio formado por Karin, Luna e Magali também o é fora das telinhas: a produção é a mais longeva da HBO no Brasil e é exibida em 24 países, incluindo os Estados Unidos. E o feminismo tem um grande papel na boa repercussão da série, na opinião de Michelle Batista, que ressalta o fato de as personagem serem mulheres “inteligentes, seguras e decididas que resolvem trabalhar com prostituição”.
“Elas não são mulheres que acabaram trabalhando com prostituição por alguma adversidade, alguma vitimização, algum problema pessoal. Essa imagem de mulheres seguras, que sabem o que querem fazer, que decidem o próprio destino sem medo de julgamentos, de preconceitos e tudo o mais, acho que isso de alguma maneira é uma imagem que atrai as mulheres, não importa a profissão. Todas essas questões feministas, essa bandeira feminista, com certeza atraem o público”.
Para Rafaela Mandelli, as pessoas entenderam as questões universais trazidas pela série e por isso sentem carinho pelas personagens. “Todo mundo sempre fala com a gente com muito respeito, muita admiração. As próprias personagens, ninguém nunca colocou à prova o caráter delas, a honestidade, a dignidade. isso é universal. A prostituição é um dos assuntos da série, mas têm outras coisas treladas a ela que são universais e que as pessoas souberam entender”.
A universalidade dos temas também ajuda a abrir espaço para outras conversas sobre a prostituição, tema que muitas vezes sofre resistência na TV. “São pessoas com as quais poderíamos facilmente conviver, essas mulheres decidiram por essa profissão, e o público participa da vida delas. A profissão é um detalhe a mais, a questão do marketing e a maneira como elas lidam com as outras esferas da vida envolvem o público. Acho que isso abre espaço para conversas diferentes sobre o assunto”, analisa Juliana Schalch.
“O que a gente vê é o outro lado da prostituição, o lado sofrido, de exploração sexual, e que é gravíssimo, de mulheres que são vitimas das circunstâncias da vida, que por isso estão ali e por necessidade permanecem nesse lugar, que não é fácil para elas. A gente tem total consciência disso”, pondera Rafaela. “A gente está contando uma história de garotas de programa de luxo, que existem. Apesar de ser uma ficção, tem varias coisas na série que são verdadeiras inclusive a escolha dessas meninas. É importante que a gente tenha esse tipo de abertura para conversar como a gente esta conversando agora, com diálogo. Ninguém faz apologia de nada nem está julgando nada, estamos contando uma história”.
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