"Persona em Foco" com participação de Magnani homenageia Rolando Boldrin
O ator Umberto Magnani, que morreu na última quarta-feira (27), é um dos convidados do "Persona em Foco", que vai ao ar nesta terça-feira (3), às 23h30, na TV Cultura. Ao lado de Luiz Serra, ele entrevista o ator, cantor, compositor e apresentador Rolando Boldrin.
Aos 79 anos, sendo 58 deles dedicados à arte de representar e à música, Boldrin conta com mais de 70 trabalhos realizados entre televisão, cinema e teatro.
"Seguindo a filosofia do meu pai, fui aprender um ofício. Eu fui sapateiro. E trabalhei até 22 anos até começar a minha carreira profissional. Meu pai dizia que havia duas profissões que era possível vencer na vida, para quem não pode estudar: jogador de futebol e artista de rádio", conta Boldrin.
Na entrevista, Rolando relata os perrengues passados no início de carreira até ser contratado como figurante da TV Tupi, com direito a fazer testes na Rádio, ao lado de Plínio Marcos, Fúlvio Stefanini, Chico de Assis e Walter Negrão. "A dificuldade era tamanha que eu e o Walter Negrão quando nos encontramos lembramos que dividíamos um ovo no restaurante dos artistas, na padaria em frente à TV Tupi."
O ator explica o processo de construção de seu personagem, o ferroviário Pereira no filme "Doramundo", dirigido por João Batista, que lhe rendeu o prêmio de melhor ator.
"Era um triângulo amoroso. A Irene Ravache fazendo minha esposa; o Fagundes fazia o amante; e eu era o marido traído, um maquinista. Foi filmado em estação de Paranapiacaba. Fui uma semana antes e comecei a conviver com os maquinistas, beber pinga com Cambuci, xingar, jogar bilhar, brincar e cantar com eles. Eu fui trocando as peças do figurino com as roupas deles. Quer trocar essa camisa novinha com a sua? E pegava a camisa suada e ia botando. Quer me vender seu palito? Eu fiz pouco cinema. Foi o primeiro filme que eu fiz. Papel espetacular. Eu disse: tenho que fazer bem feito para ganhar prêmio. E ganhei. Como um ator ganha prêmio? Se dedicando pra fazer bem feito.”
O programa conta com depoimentos de amigos e profissionais que trabalharam com Rolando Boldrin, dentre eles, Ana Rosa, Rogério Márcico, João Batista de Andrade e Walter Negrão.
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