Filho de Woody Allen critica imprensa por não questionar acusações de abuso
No mesmo dia em que Woody Allen apresenta seu novo filme no Festival de Cannes, seu filho, Ronan Farrow, voltou a se pronunciar sobre as acusações de que o cineasta teria abusado sexualmente de uma de suas filhas, Dylan. Em um artigo para a revista “The Hollywood Reporter”, intitulado “My Father, Woody Allen, and the Danger of Questions Unasked” (meu pai, Woody Allen, e o perigo das perguntas não feitas, em tradução livre), Ronan afirmou que acredita em sua irmã e criticou a imprensa por não questionar Allen sobre o caso.
No texto, Ronan se refere a uma carta aberta publicada por Dylan, filha de Allen com Mia Farrow, em que ela afirmava ter sido abusada sexualmente pelo pai quando criança. Ele lembra que a irmã procurou vários veículos para publicar a carta, mas todos a recusaram, até que o “New York Times” aceitou dar espaço para ela. Ele, porém, notou que pouco depois o jornal ofereceu a Allen “o dobro de espaço” para sua defesa. “Foi um duro lembrete de como a nossa imprensa trata diferentemente acusadores vulneráveis e os homens poderosos que são acusados”, escreveu.
Ronan, que é repórter, criticou duramente seus colegas jornalistas por não questionarem Allen sobre as acusações. “Esse tipo de silêncio não é apenas errado. É perigoso. Ele passa para as vítimas a mensagem de que não vale a angústia de denunciar. Passa uma mensagem sobre quem nós somos como sociedade, o que vamos ignorar, quem importa e quem não”.
A Amazon, que assinou um contrato com Allen para uma série, e as estrelas que trabalham com o cineasta também foram alvo das críticas de Ronan. “Atores, incluindo alguns que eu admiro muito, continuam a se alistar para estrelar os filmes dele. ‘Não é pessoal’, um deles me disse. Mas magoa a minha irmã toda vez que um dos heróis dela, como Louis C. K., ou uma estrela da idade dela, como Miley Cyrus, trabalha com Woody Allen”, contou.
Ronan reforçou que acredita nas palavras de Dylan. “Eu acredito na minha irmã. Isso sempre foi verdadeiro enquanto um irmão que confia nela e, mesmo com 5 anos de idade, ficava apreensivo com o comportamento estranho do nosso pai perto dela: subindo na cama dela no meio da noite, forçando-a a chupar seu dedão – comportamento que fez com que ele fizesse terapia focada na sua conduta inapropriada com crianças antes das acusações”.
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