Fim do Ministério da Cultura "é uma tragédia", critica Fernanda Montenegro

Fernanda Montenegro criticou a recente extinção do Ministério da Cultura, fundido com o Ministério da Educação pelo governo interino de Michel Temer, horas antes de Marcelo Calero ter sido anunciado novo secretário de Cultura. Para a atriz, vencedora do "Emmy" pela série "Doce de Mãe" e indicada ao Oscar por "Central do Brasil", o presidente em exercício "vai pagar um preço alto" pela decisão.
"Isso é uma tragédia, e o presidente interino vai pagar um preço alto por essa pouca visão. É um ministério de orçamento miserável, mas a cultura é a base de um país", afirmou Fernanda nos bastidores de gravação de "Mister Brau", da Globo, nesta quarta-feira (18).
Enquanto esse governo interino do Temer existir na atual conjuntura, vai passar por um protesto violento. E eu estou nesse protesto.
A atriz afirmou que está na luta pela retomada do MinC e contrário a atitude de Temer. "Esse congresso aí, de todos os governos, pode achar que é bobagem, é frescura, coisa de 'viados', de alienados. Enquanto esse governo interino do Temer existir na atual conjuntura, vai passar por um protesto violento. E eu estou nesse protesto".
Protestos contra o fim do MinC
Nesta semana, vários artistas realizaram atos nas sedes do MinC em Belo Horizonte e nos prédios do Iphan no Paraná, Ceará, Rio Grande do Norte e Rio de Janeiro. Em São Paulo, os manifestantes seguiram para a sede da Funarte, que continua ocupada com debates e encontros programados.
Também nos bastidores de "Mister Brau", Taís Araújo lamentou o fim do MinC e diz que considera a decisão perigosa.
"Quer que eu fale mesmo? Uma merda, né, gente? Cultura é a identidade do país. Um país que não tem sua identidade fortalecida acabou. A gente não está falando só de atores, está falando da orquestra sinfônica, da música, da arquitetura, de tudo que representa um país. Não é só atores, não é lei rouanet, é muito maior. Se o país abre mão de sua identidade, realmente, o que seremos? Estamos indo por um caminho deprimente", assumiu a atriz.
Luis Miranda disse estar muito triste com a decisão do governo Temer, que considera um retrocesso: "É preciso passar um pano limpo na cultura, precisamos de uma reforma política. O incentivo precisa ser pluralizado. Mas é um retrocesso absurdo. A gente não pode entender a cultura como um privilégio. Cultura é educação. A nossa geração tem que ficar atenta para mudar o que está por vir".
Para o cantor e ator Paulo Miklos, a cultura “é mais importante do que canhão”: “Acho que é uma tristeza, é um retrocesso. Só um país que não tem uma visão estratégica, de que a cultura é uma das coisas mais importantes, mais importante do que canhão, do que bala, vai ter uma visão tão rasa das coisas. A cultura é uma grande arma, é um grande tesouro da identidade do povo, da gente desenvolver a nossa história, da gente cultivar a nossa memória. Tem tanta coisa para ser preservada, isso não pode ficar nas mãos do mercado simplesmente. Tem que ter um olhar importante para isso. Acho que é um grande erro, uma grande engando, infelizmente".
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