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Viajante aventureiro, Alvaro Garnero já comeu pênis de jegue e cobra na TV

Alvaro Garnero durante viagem para conhecer os rios subterrâneos do mexico - Divulgação/Record
Alvaro Garnero durante viagem para conhecer os rios subterrâneos do mexico Imagem: Divulgação/Record

Gisele Alquas

Do UOL, em São Paulo

04/06/2016 07h00

Coração de cobra, ovo fecundado de pato e até pênis de jegue e veado fazem parte da gastronomia exótica degustada em viagens do empresário e apresentador Alvaro Garnero pelo mundo – que neste ano completa nove anos à frente do “50 por 1”, no ar como programa independente até 2013 e que atualmente ocupa quadro no “Domingo Espetacular”, ambos na Record. 

Foi no Vietnã que Garnero comeu o suculento coração de cobra acompanhado de uma “cálice” de sangue do réptil. A experiência foi “espetacular”, ele garante. “Fomos a um vilarejo, e lá eles abrem a cobra na sua frente, tiram o coração, você come e bebe o sangue. Olha, para descer foi difícil, mas é afrodisíaco”, lembra o apresentador, em entrevista ao UOL na sede da Record.

Ele também encarou sangue fresco de bezerro ao visitar uma tribo Masai, no Quênia. “Eles não comem nada que vem da terra, só carne, leite. O cacique pegou uma flecha e acertou o bezerro, encheu a cumbuca de sangue e eu bebi. Quando foi para o ar, meu médico me ligou bravo dizendo que eu era irresponsável porque poderia me contaminar e nunca mais me curar”, conta. 

Garnero come pênis de animal na China - Reprodução/Youtube - Reprodução/Youtube
Garnero come pênis de animal na China
Imagem: Reprodução/Youtube

E que tal se servir de um buffet de pênis de diferentes animais? A iguaria foi descoberta em um restaurante na China, durante viagem em 2011. “Pedimos o buffet que vinha pênis de veado, cavalo, de jegue, touro, cachorro e leão marinho, que custava US$ 1.500. O melhor de todos foi o de veado, parecia um salame. O resto é um horror. Experimentei um de cada um. Lembro que o guia que nos acompanhava ficou horrorizado”, conta, aos risos.

Mas um coraçãozinho de cobra e pênis self service não são nada perto de um ovo fecundado de pato que Garnero degustou nas Filipinas. “Cozinhavam o ovo de pato fecundado com dezenove dias. É tipo pão de queijo para eles. Respirei fundo, botei pimenta, mas não deu. Coloquei na boca, mas vomitei tudo. É horrível, não dava para comer”, lembra.

Não foi só comida exótica que o apresentador provou durante suas inúmeras viagens. Garnero já visitou os melhores restaurantes do mundo, um deles em San Sebastián, na Espanha. “Um lugar caríssimo, três estrelas, com reservas de até três anos. Os pratos custam cinco vezes mais caro do que qualquer restaurante do mundo”, diz ele.

Em 2010, o apresentador deu a volta ao mundo em oitenta dias com o desafio de seguir sem avião. Em uma das aventuras, Garnero sairia de um navio seis estrelas de Vancouver para o Japão. Para chegar até a cidade do Canadá, o apresentador pegou um navio cargueiro que saiu de Liverpool, na Inglaterra, e cruzou o oceano Atlântico até Vancouver.

“Era a única opção e foi uma das experiências mais marcantes. No meio da viagem enfrentamos três furacões e ondas de até doze metros. A equipe ficou toda enjoada, balançava muito, mas deu certo. Também passamos cinco dias com uma família nômade na Mongólia. Eles moravam em iglu, cozinhavam ali, dormiam grudados. Passei tanto frio que vi uma fogueira e coloquei meu pé para esquentar. Quase fui expulso do lugar porque para eles o fogo é sagrado”, recorda-se Garnero.

Em locais onde era mais difícil de se comunicar, ele chegou a distribuir camisetas da seleção brasileira de futebol autografadas por ex-jogador Ronaldo, para conquistar a simpatia dos nativos. “Tinha lugares que dava medo, que o povo era ‘engessado’”, conta.

O apresentador já provou coração e sangue de cobra  - Reprodução/Youtube - Reprodução/Youtube
O apresentador já provou coração e sangue de cobra
Imagem: Reprodução/Youtube

De expulsão a casamento a amizade com Rolling Stones

Aos 47 anos, Alvaro Garnero sempre circulou na mídia, seja por se relacionar com mulheres famosas ou pelas amizades influentes. Mas a primeira vez que seu nome tomou conta simultaneamente de vários veículos de comunicação do mundo foi no casamento de Ronaldo e Daniela Cicarelli em 2005, quando sua então namorada, a modelo Caroline Bittencourt, foi expulsa da festa pela noiva. Na época, Caroline aproveitou a fama repentina e deu entrevista a vários programas de televisão.

A relação entre Garnero e Ronaldo chegou a estremecer por conta do episódio, mas não desfez a amizade de anos. Hoje o empresário e apresentador diz que Cicarelli e Caroline também fizeram as pazes, e que Cicarelli é "uma das pessoas mais divertidas" que ele conhece. "É algo superado, foi mais constrangedor para a Carol, mas passou".

Em outro episódio que ganhou repercussão nacional, foi o filho de Garnero, Alvarinho, que se meteu em confusão. Em dezembro de 2015, o rapaz estava entre os jovens antipetistas que se envolveram em uma discussão com Chico Buarque no Leblon, no Rio. Em entrevista à "Folha de S. Paulo", Alvarinho afirmou que não participou do bate-boca.

“Tomou uma proporção totalmente errada e acabou sobrando para meu filho. Foi um momento muito triste. Não temos nada contra o Chico, o Alvarinho tem 19 anos, mora em Londres, se assustou bastante com isso. Falei para ele tomar cuidado já que eu tenho certa exposição”, explica o pai.

Amigo de Mick Jagger há seis anos, Garnero foi um dos organizadores de festas exclusivas em homenagem aos Rolling Stones quando a banda esteve no Brasil, em fevereiro. “Olha só, a gente falando de Rolling Stones e o Mick me chama aqui”, diz Garnero, mostrando o celular no meio da entrevista. E o assunto foi a exposição dos Stones em Londres, que o empresário e apresentador quer trazer para o Brasil.

Garnero e Mick Jagger: amigos há seis anos - Reprodução/Instagram/alvarogarnero - Reprodução/Instagram/alvarogarnero
Garnero e Mick Jagger: amigos há seis anos
Imagem: Reprodução/Instagram/alvarogarnero

“Nos falamos muito. Um amigo jantou com o Mick esses tempos e me contou que ele disse que tem um carinho grande por mim. É uma pessoa carismática. Nas festas, fala com todo mundo, não bebe nada, dança e tem uma energia inacreditável. É um fenômeno”, elogia.

De uma família de classe alta e influente no Brasil, Alvaro Garnero é proprietário dos beach clubs Café De La Musique, que faturam, segundo ele, R$ 120 milhões por ano, com eventos itinerantes em vários lugares do mundo, como em Ibiza, na Espanha, em breve em Hamptons, em Nova York, entre outras cidades. No último final de semana, foi o responsável pela festa da final do Grande Prêmio de Mônaco, na Itália, com shows de Chris Brown e Justin Bieber.

Chamado de "playboy", Garnero diz que o rótulo não o incomoda mais. “Acho engraçado quando me chamam assim. Sempre trabalhei, me formei nos Estados Unidos, fundei o Café De La Musique em 2005 e apresento um programa na TV. Ninguém sabe como é fazer um programa desse com uma equipe enxuta, muitos obstáculos, ficar longe da família. As reportagens que faço são muito enriquecedoras e feitas com muita dedicação e carinho”, enfatiza.