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Latinas saem da cozinha e lideram trama de empoderamento em "OITNB"

Natalia Guaratto

Do UOL, em São Paulo

20/06/2016 07h59

Uma das coisas mais legais de “Orange is The New Black” é que você não precisa ser muito fã da protagonista Piper Chapman (Taylor Schiling) para apreciar a série. As melhores e mais profundas histórias são conduzidas pelas coadjuvantes, algo que já aconteceu com Crazy Eyes (Uzo Adubo) e Sophia (Laverne Cox) e se repete na quarta temporada, que estreou na última sexta-feira (17) na Netflix.

Nesta nova leva de episódios, o grupo das latinas está sob os holofotes. A chegada de novas detentas a Litchfield faz com que elas percebam que são maioria. Lideradas pelas dominicanas Maria Ruiz (Jessica Pimentel) e Blanca Flores (Laura Gómez), duas personagens que apenas faziam número na cozinha da prisão, elas largam as panelas e ascendem no comando dos negócios escusos. 

“Existe um pouco de divisão entre as latinas, o que é um reflexo da realidade, e é algo que temos que tentar mudar”, diz a atriz Elizabeth Rodriguez, a porto-riquenha Aleida Diaz, em entrevista ao UOL. “Apenas unidas seremos mais fortes porque aos olhos dos não latinos nós somos todos iguais”, completa, adiantando um dos conflitos que a temporada apresenta. 

Mas não serão apenas as latinas que irão brigar por empoderamento em “Orange is The New Black”. Apesar de as disputas raciais chegarem a perigosas conseqüências, a mensagem constante da nova temporada, seja entre dominicanas e porto-riquenhas, brancas e negras, ricas e pobres, é a de que “juntas, as mulheres podem mais”.

Por outro lado, para cada cena de superação de preconceitos e desconstrução de estereótipos, há uma sequência de machismo, violência contra mulher e abuso de poder. “Não é uma temporada fácil de assistir”, avisa Selenis Levya, a Gloria Mendoza. Mas em um momento em que os direitos femininos estão em pauta, ver como mulheres sem privilégios – ainda que na ficção - reagem quando têm sua humanidade pisoteada, não é só necessário, mas extremamente inspirador.