Final do 6º ano de "GoT" confirma teoria que pode mudar rumos da série

ALERTA: Esse texto contém spoilers do final da sexta temporada de "Game of Thrones". Não leia se você não quer saber o que acontece

Para os leitores da saga “Crônicas de Gelo e Fogo” a paternidade de Jon Snow era um mistério desde o lançamento do livro “A Guerra dos Tronos”. Mas, vinte anos depois, a série “Game of Thrones” finalmente o resolveu no episódio final de sua sexta temporada, que foi ao ar neste domingo (26). E a teoria mais popular dos fãs estava correta: Jon é filho de Lyanna Stark, irmã de Ned - presumivelmente com Rhaegar Targaryen, o irmão mais velho de Daenerys.

Prometida a Robert Baratheon em sua juventude, Lyanna ou fugiu com Rhaegar ou foi sequestrada por ele (as duas versões já foram ditas por personagens da série), e isso deu início à rebelião que colocou Robert no Trono de Ferro. Por meio de uma visão de Bran, o público pôde ver a cena em que Ned encontra a irmã à beira da morte na Torre da Alegria. Ela fala algo que não podemos ouvir e diz que "Robert não pode saber", em seguida repetindo a frase "prometa-me". A sequência termina com Ned recebendo o bebê em seus braços.

Assim como os livros de George R. R. Martin, a série já havia dado diversas pistas sobre a origem do mocinho ao longo de temporadas passadas. E a revelação, apesar de não ter nenhum efeito prático no episódio e ainda não ter sido comunicada ao próprio Snow, lança uma ponta importante para o arco final da série, levantando questionamentos sobre a já complicada política dos Sete Reinos nas próximas temporadas.

Sendo filho de Rhaegar, que era o primogênito do Rei Louco, Jon seria um forte candidato ao Trono de Ferro, caso fosse reconhecido oficialmente como um Targaryen. Isso poderia prejudicar Daenerys – que já está a caminho de Westeros. Ele reclamaria para si o Trono de Ferro? Daenerys aceitaria? Como será o encontro dos dois? Como os nortenhos, que o aclamaram rei, irão encarar a revelação? Sansa, oficialmente a Stark mais velha viva, se tornará Rainha do Norte?

Final

Longo, com 69 minutos, o encerramento da temporada deu espaço para todos os protagonistas da série e não trouxe grandes surpresas, já que boa parte de seus desdobramentos haviam sido especulados por fãs. Mas isso não o prejudicou: Instigante e bem construído, o episódio conseguiu manter a atenção do público enquanto dava desfechos satisfatórios para os personagens. 

O final também foi sangrento, como não poderia deixar de ser. Dessa vez, porém, a contagem de mortos foi alta, mesmo para os padrões da série: Pycelle, Walder Frey, Tommen, Lancel Lannister, Margaery, Loras e o Alto Septão morreram, bem como outras damas e cavalheiros que deram o azar de estar no Septo de Baelor quando ele explodiu, a mando de Cersei. Ela, aliás, já se estabelece como a principal vilã da próxima temporada, recuperando o posto que ocupava no início da série.

Coerente com o resto da sexta temporada, o episódio ainda fixou as bases para o arco final de "Game of Thrones", que deve ter apenas mais duas temporadas. Com o elenco de coadjuvantes drasticamente reduzido, e os protagonistas em Westeros ou a caminho de lá, a história poderá finalmente se centrar em dois eixos principais: a disputa pelo Trono de Ferro e a chegada iminente dos Caminhantes Brancos com seu exército de mortos vivos, que promete resultar no maior confronto da série.

O que aconteceu

No que deveria ser o seu julgamento e o de Loras Tyrell, a rainha-mãe não compareceu, e ainda impediu o filho Tommem de ir. Primeiro a ser julgado, Loras confessou seus pecados e prometeu dedicar sua vida à Fé, mas não teve tempo de cumprir. Um estoque de fogovivo explodiu embaixo do Septo, mandando pelos ares os principais rivais de Cersei. Tommem, chocado, se jogou da janela do seu quarto. A mãe, porém, não reagiu a sua morte da mesma forma emotiva que havia reagido com as de Joffrey e Myrcella - e ainda assumiu o Trono de Ferro pouco depois. Será ela a próxima governante louca dos Sete Reinos? Vale notar que ela se livrou também de Pycelle, morto pelos "passarinhos" de Qyburn.

Mas ela não terá dias fáceis como Rainha. Walder Frey, aliado dos Lannisters, morreu pelas mãos de Arya. Em uma vingança tardia pelo Casamento Vermelho, ela matou os filhos do lorde e os serviu em uma torta antes de cortar a garganta dele.

Ao Norte, Jon Snow reuniu líderes de várias casas da região e, após um discurso emocionado da pequena Lady Lyanna Mormont, não só garantiu o apoio dos lordes como foi aclamado Rei do Norte. Já é possível prever, porém, que ele terá problemas com Mindinho, que pouco antes havia confessado a Sansa suas intenções de se casar com ela e assumir o Trono de Ferro, mas foi recusado. 

Daenerys, agora, finalmente está a caminho de Westeros, após terminar seu romance com Daario e nomear Tyrion como sua Mão. Além da aliança com os Greyjoy, ela ainda conseguiu, por meio de Varys, o apoio de Dorne e da casa Tyrell. E foi uma imagem da grande frota dela, acompanhada pelos três dragões, que encerrou o episódio, em clima épico. O final, aliás, consagrou o poder das mulheres da trama, que ditaram os rumos da temporada. 

Quem não teve um desfecho mais conclusivo foi Bran. Ele e Meera foram deixados por Benjen em uma área perto da Muralha, com um diálogo que deixou claro que há magia envolvida nela - e que isso é o que impede os mortos de passarem por ela. Será que a marca deixada pelo Rei da Noite no jovem Stark prejudicará essa magia?