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Jesuíta Barbosa estrela série fantástica do diretor de "Tatuagem"

Jesuíta Barbosa e Hermila Guedes em cena da série "Fim do Mundo" - João Lucas/Divulgação
Jesuíta Barbosa e Hermila Guedes em cena da série "Fim do Mundo" Imagem: João Lucas/Divulgação

Mateus Araújo

Colaboração para o UOL

15/07/2016 07h30

Três anos depois do sucesso do filme "Tatuagem" (2013), o ator Jesuíta Barbosa e o cineasta Hilton Lacerda voltam a trabalhar juntos. Desta vez, Jesuíta é o protagonista de "Fim de Mundo", a primeira série de ficção dirigida por Lacerda em parceira com Lírio Ferreira, que deve estrear no final do ano, no Canal Brasil.

Na trama de cinco capítulos, Jesuíta Barbosa interpreta Cristiano, um jovem cheio de conflitos pessoais e filosóficos que precisa enfrentar o passado obscuro da família. Ao voltar a Desterro, cidade natal de sua mãe, Cristiano descobre histórias nada fáceis, inspiradas na literatura fantástica. "Cristiano é um rapaz forte e genioso, com vontade de mudar algo dentro de si e por isso provoca transformações externas. É filho da liberdade e neto de um dinossauro", diz o Jesuíta sobre a força de seu protagonista. 
 
O personagem foi pensado para ele. “É um papel perfeito para a estrutura dele. Trabalhar com Jesuíta é sempre um prazer absurdo. E mesmo com a repercussão que ele veio ganhando com outros trabalhos depois de 'Tatuagem', Jesuíta continua disponível, extremamente aplicado e com entrega comovente”, afirma Hilton Lacerda.
 
Para interpretar o protagonista da série, o ator precisou mergulhar no universo fantástico que permeia a história. No primeiro capítulo da trama, por exemplo, assim que chega a Desterro, Cristiano descobre a história de uma família cujo pai maltratava a mulher e as três filhas. Aprisionadas em casa, elas quatro conhecem o mundo através dos sons que vêm da rua, como o circo que chega à cidade e traz artistas fantasmagóricos. As lendas que habitam Desterro são as chaves para que Cristiano compreenda o passado obscuro dos seus familiares, sendo os personagens da trama espécies de peças de um jogo a ser montado. 
 
Usamos alta tecnologia na gravação da série, para brincar com contextos de fantasmagoria que há dentro da história. A ideia também é forjar uma espécie de gênero de confluência entre os contos
Hilton Lacerda, diretor
 
A série possibilitou ainda o encontro entre Jesuíta e Hermila Guedes, intérprete de Vitória, mãe de Cristiano. “Hermila é a mulher mais bonita que eu conheci nos últimos tempos. Tenho vontade de trabalhar sempre, de conhecer mais. De minha mãe fiz uma amiga”, elogia o ator. 
 
Já para Hermila, Jesuíta serviu de inspiração. Há quatro anos afastada dos sets – seu último filme foi "Era uma Vez Eu, Verônica" (2012), de Marcelo Gomes – a atriz diz que o jovem ator lhe mostrou novamente o espírito de amor ao trabalho. “Jesuíta tem o frescor de quem faz o que ama. Às vezes eu me via nele, nessa entrega. Para mim não teve melhor coisa na vida do que voltar ao trabalho contracenando com ele”, conta a atriz. 
Cena da série "Fim do Mundo", com Jesuíta Barbosa - João Lucas Melo/Divulgação - João Lucas Melo/Divulgação
Cena da série "Fim do Mundo", com Jesuíta Barbosa
Imagem: João Lucas Melo/Divulgação
 

Série vai virar filme

O roteiro da primeira temporada de "Fim do Mundo", assinado por Hilton Lacerda, é baseado em contos de quatro escritores nordestinos: "Mentira de Amor", de Ronaldo Correia de Brito; "Mateus", de Hermilo Borba Filho; "O Dia em que Céu Casou", de José Carlos Viana; e "Castilho Hernandez, o Cantor e sua Solidão", de Sidney Rocha.
 
A série foi gravada na cidade de Triunfo, no Sertão de Pernambuco, no final do ano passado. Essa é primeira experiência de grande porte em séries de ficção produzidas no Estado, hoje um dos destaques do cinema nacional. Depois de exibida no Canal Brasil, "Fim de Mundo" vai virar filme. 
 
“Nós apostamos em um formato de série de impacto, bastante eficiente e criativa, com o resultado da qualidade que tem o cinema feito em Pernambuco. Usamos alta tecnologia na gravação da série, para brincar com alguns contextos de fantasmagoria que há dentro da história. A ideia também é forjar uma espécie de gênero de confluência entre os contos", explica o diretor Hilton Lacerda, autor de roteiros de filmes como "Baile Perfumado", "Amarelo Manga" e o recém-lançado "Big Jato".