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Rosi Campos diz que tias serviram de inspiração para compor Eponina

Rosi Campos faz a divertida Eponina em "Êta Mundo Bom!" e diz que sua inspiração para compor a personagem vem de um trio de tias  - João Miguel Júnior/Globo
Rosi Campos faz a divertida Eponina em "Êta Mundo Bom!" e diz que sua inspiração para compor a personagem vem de um trio de tias Imagem: João Miguel Júnior/Globo

Ana Cora Lima

Do UOL, no Rio

20/07/2016 07h30

Sabe aquelas mulheres que já passaram da casa dos 40 anos e continuam loucas para casar como Eponina de “Êta Mundo Bom”? Pois é, elas ainda são muitas na vida real, mas o fato é que há um tempo atrás “as tias solteironas” eram em número maior na sociedade. Intérprete da personagem na novela de Walcyr Carrasco, Rosi Campos entregou que  buscou dentro da própria família a sua inspiração. “Eu nasci em Bragança Paulista, mas fui criada em Santa Cruz das Palmeiras e lá eu tinha as amigas da minha avó e três tias: a Lola, a Gina e a Nena. Elas formavam um trio bem interessante e eu lembrei delas na hora de compor a Eponina. O artista sempre aproveita a observação, a lembrança das pessoas para criar um personagem”, explica.

Um dos sucessos da trama das 18h, Rosi descreve com carinho Eponina. "Ela é uma mulher que criou um mundo de sonhos e fantasias para poder sobreviver ali naquela fazenda, distante de tudo e de todos. Eponina é tão infantil quanto a sobrinha Mafalda [Camila Queiroz], e por isso que essa dobradinha deu tanto certo. Aliás, o núcleo todo. São personagens engraçados, mas que têm também vida, têm histórias legais para contar."

Depois de várias simpatias, Eponina (Rosi Campos) conseguiu fazer o "cegonho" de Pandolfo (Marco Nanini) voar  - Reprodução/TV Globo/Êta Mundo Bom - Reprodução/TV Globo/Êta Mundo Bom
Depois de várias simpatias, Eponina (Rosi Campos) conseguiu fazer o "cegonho" de Pandolfo (Marco Nanini) voar
Imagem: Reprodução/TV Globo/Êta Mundo Bom
E falando em histórias para contar, Rosi assume que se diverte com as situações criadas pelo autor, como a do "cegonho", que até virou um personagem à parte da trama. "O público embarcou mesmo no drama dela. Em todos os lugares que eu ia, logo vinha uma pessoa me perguntar se a Eponina iria casar, arranjar um marido. Depois começou a loucura de conhecer o 'cegonho' e de ver a ave finalmente voar e agora querem saber se o galo vai cantar novamente. Eu me divirto", conta a atriz . Para Rosi, a repercussão em cima do casal Eponina e Pandolfo (Marco Nanini) ajuda quebrar o tabu sobre sexo na terceira idade.

"Eu acho ótimo o Walcyr colocar isso na trama porque as pessoas acham que não acontece sexo entre os mais velhos. Acontece! Existem senhoras na faixa dos 70 anos ainda em ação. A mulher é menos do que homem porque para eles não têm essa coisa hormonal, essa loucura que nós sofremos. Eu conheço um homem de 80 anos que engravidou uma moça mais nova e achei incrível".

Sobre o final de sua personagem na novela, Rosi jura que não sabe de nada, mas dá pistas da possibilidade de acontecer algumas reviravoltas na vida de Eponina. "Ninguém sabe direito quem é o Pandolfo. Ele deu um golpe em todo mundo da fazenda, fez as pessoas colocarem dinheiro em poços de petróleo e agora diz que não tem nada no solo. Será que ele é mesmo geólogo? Eu tenho minhas dúvidas", especula a atriz, que na grande maioria das vezes é escalada para fazer papeis na linha da comédia. "Verdade, mas eu adoraria fazer uma vilã bem ruim. Vilãs são ótimas".

Atriz há 36 anos, Rosi é formada em Jornalismo e até chegou a trabalhar como assessora de imprensa durante cinco anos na gravadora Som Livre. Ela confessa que não sente saudades nenhuma da profissão, que escolheu para agradar o pai. " Na verdade, eu queria fazer Cinema, mas na época, no ano de 1974 só tinha pornochanchada no mercado cinematográfico e eu sabia que meu pai não iria deixar fazer a faculdade, aí eu fiz jornalismo. Mesmo trabalhando como assessora, eu já tinha começado a fazer teatro e a vida teatral foi me levando, levando e aí foi me envolvendo mais e virei atriz."