Ex-galã da Globo, Rafael Calomeni vira empresário e dirige série gay na web
Há 13 anos, Rafael Calomeni ficou conhecido no Brasil como o galã Expedito, namorado de Susana Vieira na novela “Mulheres Apaixonadas”, da Globo. Após passagem pela Record, o ator virou empresário e comemora sua estreia como diretor "autodidata". Seu primeiro trabalho atrás das câmeras é a série "O Quarto ao Lado", protagonizada por um casal gay e publicada apenas na internet. O último episódio será divulgado na próxima quarta.
Calomeni conta que chegou à internet por acaso, ao ser convidado para atuar em uma websérie. A proposta não foi adiante, mas o ator se interessou por outro projeto. "Nunca fui diretor nem fiz curso, mas sempre fui interessado e acompanhei o trabalho de muitos amigos. Acabei me interessando por algo que não conhecia, não sabia que o mercado na internet estava aquecido", conta ao UOL.
Em "O Quarto ao Lado", Alex e Érico adotam Noah, mas a criança desaparece de repente e todas pessoas próximas são suspeitas no crime. O casal é interpretado por Sérgio Abreu (que já viveu um personagem gay na novela "Paraíso Tropical") e Jorge Medina. O elenco também conta com Ana Paula Tabalipa, que fará "Sol Nascente", próxima novela das seis da Globo, e Hugo Moura, marido de Deborah Secco.
Para Calomeni, ser diretor exige mais responsabilidade do que ser ator, pois é encarregado de toda a produção. Ele conta que já passou por "perrengues positivos", o que o ajudou no aprendizado: "Tenho maquiador, figurino, tudo que precisava, mas já gravei só com uma câmera, usei muito papel gelatina na iluminação, papelão para fazer foco. O resultado ficou muito bom".
Em sua primeira experiência atrás das câmeras, Calomeni optou por dirigir como se fosse uma novela, pelo hábito do telespectador, e fez questão de gravar cenas de beijo e insinuação ao sexo entre Alex e Érico para mostrar que, antes de serem gays, eles são um casal.
"As pessoas transformam homossexualidade em uma coisa anormal. Anormal é ser assassino, ladrão, esses caras que desviam milhões. Não temos que discutir amor, relação sexual. É um saco essa discussão de hoje em dia, é uma babaquice. Fico muito feliz porque recebemos centenas de mensagens e as pessoas não discutem homossexualidade, e sim o casal que perdeu o filho", comemora.
Ex-galã na Globo também vende bolos
Empolgado com a repercussão de "O Quarto ao Lado", Calomeni planeja novos trabalhos na web. A próxima série será infantojuvenil. Ele também curtiu reencontrar antigos colegas, como Hylka Maria, ex-"Mulheres Apaixonadas". O ator relembra que seu personagem foi alterado por Manoel Carlos e virou galã antes da hora.
"Expedito era da fazenda e havia um elenco ali. Ficamos dez dias sob chuva. No outro, reformularam a novela inteira. O núcleo do Expedito foi caindo porque Manoel Carlos mudou toda a história. Eu ficaria na fazenda, não viria para a cidade naquele momento, mas já me botaram em um carro e virei motorista. Eu tinha cabelão, me transformaram em modelo", recorda.
Calomeni estreou na TV em 1996, na novela "O Campeão", da Band. No SBT, fez "Marisol" (2002). O auge da fama foi na Globo, onde fez par com Susana Vieira em "Mulheres Apaixonadas". Na emissora, emendou mais duas novelas ("América" e "Sete Pecados") e duas séries ("Sob nova Direção" e "Guerra & Paz").
O último contrato do ator na TV foi com a Record, onde fez três novelas ("Mutantes: Promessas de Amor", "Ribeirão do Tempo" e "Balacobaco") e a minissérie "Milagres de Jesus". Há dois anos longe da televisão, ele passou 2015 com a família e investiu na carreira de empresário e vende bolos no Rio de Janeiro.
"Sou dono de três lojas da franquia de bolos. Tive outros negócios, imobiliária, restaurante. Meu irmão é empresário, não é nenhuma novidade na minha família ou entre os amigos. E sou um cara resguardado, nunca fiquei dizendo o que faço. Descobriram agora porque me viram na frente de uma das lojas", explica.
Realizado como diretor, Calomeni não sente falta das novelas, mas lamenta a falta de espaço na TV para outros atores: "O mercado oferece muita gente boa. Pena que não são todas as TVs que têm esse leque dramatúrgico, porque merecia colocar toda essa galera para trabalhar. Por quê? Eu não sei. Dinheiro no país tem".
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