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Tiririca defende novas eleições após votar "sim" pelo impeachment de Dilma

Do UOL, em São Paulo

26/08/2016 04h04

Deputado federal mais votado na eleição de 2010 e segundo colocado em 2014, Tiririca deixou o personagem de lado e falou como Francisco Everardo Oliveira Silva, seu nome verdadeiro, no "Programa do Porchat" desta quinta-feira (25). O parlamentar explicou por que votou "sim" pelo impeachment de Dilma Rousseff, em 17 de abril, e defendeu novas eleições, uma das propostas da presidente afastada caso volte ao poder.

"O que acontece: se está ruim, vamos fazer a mudança. Eu sou a favor da mudança. Não é que esse interino que está vai resolver o problema. Eu acredito muito e assino embaixo por uma nova eleição, para o povo escolher", afirmou Tiririca, que prevê Dilma definitivamente afastada. "Está um momento difícil pra caramba, mas eu acredito que ela saia".

Questionado se era de esquerda ou direita, Tiririca disse ser "do meio". Em seguida, Porchat perguntou sobre o impeachment de Dilma e o humorista preferiu sair do personagem. O deputado não acredita que o presidente interino Michel Temer acabará com a crise.

"Não resolve, isso é coisa para mais tempo, não vai resolver, mas nós somos brasileiros e temos esperança que um dia esse país resolva esse lance de desemprego, está muita loucura. Eu viajo muito pelo país e a situação está... não posso fazer nada. O que eu posso fazer? Votar de acordo com o que é bom para o povo, ser um dos caras mais assíduos, não tenho falta nenhuma, toda semana estou lá. Chego na segunda e viajo na quinta à noite", disse.

Em seu sexto ano como parlamentar, Tiririca propôs dois projetos relacionados ao circo, onde começou a carreira artística, porém nenhum seguiu adiante. "Tenho dois projetos meus que já foram aprovados nas comissões, mas na hora de ser aprovado no Plenário não depende só de mim. É um jogo de empurra-empurra e não me meto nesse jogo. Faço o meu e se alguém estiver fazendo errado ou certo é problema de cada um".

"Na minha primeira eleição, foram 1.356.000 votos. Pensei: 'Vou chegar forte, com uma votação dessa, segundo mais votado na história do país', mas não é, meu voto vale o mesmo do cara que entrou com 30 mil, 100 mil. É o mesmo peso. Ou você entra no 'toma lá dá cá' ou fica na sua. Prefiro ficar na minha", complementou.

Perguntado sobre corruptos no Congresso Nacional, Tiririca disse ter "bastante como em qualquer profissão", porém nenhum ofereceu propina ou fez conchavo com o humorista: "Eles não chegam, eles têm medo por ser um cara da mídia, vou brincar com isso. Eles me respeitam".