"Não ia me reconhecer", diz Wagner Moura sobre a reta final de "Narcos"
A segunda temporada de “Narcos” estreia na madrugada desta sexta-feira (2), na Netflix, e Wagner Moura ainda vai aparecer envelhecido e gordo como intérprete do traficante colombiano Pablo Escobar. Mas, já longe dos sets de gravações na Colômbia, o ator revela sua luta para perder os sete quilos que restam dos 20 que precisou engordar para interpretar o protagonista da série nos seus últimos 18 meses de vida.
“Me esforcei muito para engordar, porque meu corpo é de magro. Então, comi tudo que não prestava e era bom... Pizza, sorvete, cerveja, vinho, sobremesa todo dia. Cara, você não ia me reconhecer dois meses atrás”, conta o ator em uma entrevista à revista GQ na edição de setembro. Moura entrou no boxe e iniciou uma dieta vegana radical. “Foram dois meses sem beber, fumar, comer carne e derivados de leite”, lista ele que também entregou: “Além de perder peso, queria tirar esses dois anos de maldade, tiros e morte de mim.
Nestes dois anos de sucesso da série, Wagner Moura passou metade deles na Colômbia, filmando em Bogotá e Medellín. Na última temporada, a família – a mulher, a fotógrafa Sandra Delgado; e os três filhos, Bem, de 10 anos, Salvador, de 6, e José, de 4 – passou seis meses morando na capital colombiana “Neste segundo ano, a família foi comigo. Os meninos aprenderam a falar espanhol, estudaram em uma escola de regime integral que ia das 8 da manhã e acabava às 5 da tarde, onde, além das aulas normais, praticavam esportes, tocavam guitarra, jogavam xadrez”.
Sobre o convite para atuar com Denzel Washington no remake de “Sete Homens e Um Destino”, Wagner confirmou a proposta, mas disse que não estará no projeto. “Conversei com (o diretor) Antoine Fuqua e acertei tudo, mas notei que tinha aceitado naquelas de ‘não posso recusar isso’, mas meu coração dizia que não ia aguentar. Queria voltar para o Brasil, se o filme atrasasse ia ser um problema com a Netflix e ainda teria de emagrecer para engordar de novo. Não queria essa confusão”, explica.
O próximo projeto é dirigir seu primeiro longa-metragem, contando a história do guerrilheiro comunista Carlos Marighella: “Para ser xingado ainda mais”. Ele também falou sobre o afastamento da presidente Dilma Rousseff. “Dilma é uma presidente muito incompetente. Nunca votei nela e já batia no governo desde 2013. Reconheço o progresso que o PT fez para diminuir a desigualdade social, mas o ciclo do PT acabou, caiu de maduro, de corrupto e incompetente. Mas acho que o impeachment foi uma manobra de interesses escrotos com os mesmos atores de 1964, com exceção dos militares. Quando a bonança deixou de favorecer a esse segmento da elite, aplica-se a velha solução latino-americana: tirar e colocar quem eles querem. Isso é golpe. E não posso compactuar”.
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