"É um complemento, não uma guerra", dizem youtubers sobre entrada na TV
Não é de hoje que os programas de TV flertam com personalidades da internet. O próprio “BBB”, reality dos realities, já confinou web celebridades. Quem não se lembra de Tessália, famosa no Twitter antes de entrar na “nave louca” ou de Cacau, primeira youtuber a habitar a “casa mais vigiada do Brasil”. Em “Entubados”, programa atualmente exibido pelo Canal Sony, a TV parece ter finalmente encontrado um modo de lidar com influenciadores digitais: deixá-los produzirem o conteúdo.
Apresentado por Danilo Gentili nas noites de terças e quartas, a atração coloca oito youtubers (Gusta Stockler, Lucas Lira, Daniel Saboya, Malena Nunes, Taciele Alcolea, Pyong Lee, Taty Ferreira e Isadora Becker) para competirem na área que são especialistas: vídeos para a web. Em dois dias de confinamento por semana (com total acesso à internet), eles precisam criar um vídeo com tema pré-definido. Uma votação online define o campeão da tarefa. No fim da temporada, o vencedor ganha uma câmera profissional e uma viagem para os Estados Unidos.
Apesar de já terem público consagrado – juntos, os oito participantes do “Entubados” somam 23 milhões de seguidores em seus canais -, eles enxergam a entrada na televisão como oportunidade para chegarem a mais espectadores.
“São novos olhares que vão olhar para o YouTube com mais seriedade. Vi os colegas falando: ‘Agora vou poder explicar para a minha avó o que é meu trabalho’”. E é bem isso porque ainda tem aquela mentalidade de que internet é passatempo”, diz Daniel Saboya, professor de dança carioca que ensina coreografias em seu canal, em entrevista ao UOL.
“É um complemento, não uma guerra”
Para Gusta Stockler, dono do canal No Me Gusta, a experiência do “Entubados” vai ajudar a derrubar o mito de que a internet vai matar a TV. “Quando surgiu o YouTube a televisão se sentiu intimidada, porque, de certa forma, os canais estão puxando o público audiovisual. O reality está provando que pode existir esse crossover. Depois que o programa passa na TV, ele vai para a internet. Enquanto estamos no ar, as pessoas estão comentando no Twitter. Vejo como um complemento, não uma guerra”, diz.
Convidados constantes de programas da TV aberta, os youtubers dizem que até o tratamento nas emissoras já é diferente. “Sou youtuber há cinco anos e já fui na Globo algumas vezes. No começo, nem citavam o nome do seu canal. Fui há alguns meses de novo e é outra coisa”, diz Taty Ferreira, que comanda o canal Acidez Feminina.
O coreano Pyong Lee, famoso pelos vídeos de ilusionismo e hipnose, conta que recentemente pode até opinar sobre a pauta que gostaria de fazer em programa vespertino da Record. “Antigamente eu era apresentado como “o mágico conhecido na internet”, fazia uma apresentação e já era. Esses dias eu fui no ‘Programa da Sabrina’ e fiquei o tempo todo. O reconhecimento está muito grande, nós somos as novas celebridades”, diz.
A contratação de Christian Figueiredo, dono do canal Eu Fico Loko, pelo “Fantástico” é citada pelos jovens youtubers como um bom exemplo da aproximação entre as mídias. “Vários youtubers já recusaram proposta das emissoras. Para o youtuber não é interessante porque a TV pega o cara, engessa ele, ele não vai poder aparecer em nenhuma emissora e algumas até pedem que ele delete o canal. Não faz sentido porque o cara não vai ser o cara”, opina Pyong.
Após o “Entubados”, eles dizem querer continuar na TV, mas desde que possam manter seus canais na internet. “Vontade de fazer série, cinema, todo mundo tem, mas o YouTube é a nossa casa, nosso filho, ninguém sai, a gente criou aquilo”, afirma Gusta. “A mentalidade ainda está errada, mas pode melhorar. É só ver o Celso Portiolli, em quatro meses o canal do cara tem mais de 1 milhão de inscritos e ele continua na TV”, conclui Pyong.
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