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"Fátima reafirma minha cidadania", diz Adriana Esteves sobre "Justiça"

Adriana Esteves é Fátima em "Justiça". Na série, a mãe de família tenta retomar a vida após passar sete anos na prisão - Estevam Avellar/Globo
Adriana Esteves é Fátima em "Justiça". Na série, a mãe de família tenta retomar a vida após passar sete anos na prisão Imagem: Estevam Avellar/Globo

Natália Guaratto

Do UOL, em São Paulo

15/09/2016 07h00

No episódio mais recente da saga de Fátima em “Justiça”, exibido na última terça-feira (13), Firmino (Júlio Andrade) resumiu o sentimento dos espectadores da série em relação à personagem. “Até seu crime é bonito”, avaliou o cantor depois de ouvir o desabafo da sofrida mãe de família sobre o tempo que passou na prisão. Com conduta irrepreensível, Fátima é elogiada episódio a episódio, assim como sua intérprete, Adriana Esteves, para quem os fãs já até pedem um Oscar.

“Fátima veio para reafirmar que eu amo profundamente esta minha função. Recebi esta personagem como um presente, e procurei retribuí-lo como tal”, diz Adriana em entrevista ao UOL. Ainda lembrada pela Carminha, de "Avenida Brasil", vilã adorada na internet, Adriana afirma ser difícil imaginar as duas em um mesmo universo. "Carminha não seria capaz de dar nenhum conselho a Fátima. Elas são feitas de matérias diferentes", diz.

Interpretar Fátima, uma mulher que apesar das tragédias da vida sempre busca tocar a vida de um modo correto, despertou uma reflexão em Adriana. “Viver Fátima reafirma minha ética e cidadania”, diz. A atriz também acredita que a repercussão da série é um mérito da autora Manuela Dias e do diretor José Luiz Villamarim. “Acho que o grande sucesso de ‘Justiça’ se deve ao público ser convidado como espectador a entrar na trama de diversos pontos de vista. É um trabalho nada impositivo. Ela o tempo todo promove o debate”.

Fátima - Justiça  - Dilson Silva / AgNews - Dilson Silva / AgNews
Adriana Esteves: "Fátima é inspirada em mulheres reais que conhecemos bastante em nosso país e que nos causam muita admiração pela força e esperança"
Imagem: Dilson Silva / AgNews
Na opinião de Adriana, até mesmo as atitudes mais questionáveis de Fátima, como matar o cachorro que mordeu o filho ou salvar o policial Douglas (Enrique Diaz), homem responsável por sua prisão, são defensáveis. “Fátima é uma mulher humana. Capaz de tudo quando colocada em situações limite. Mas o que a move é um senso de justiça, ética e amor ao próximo muito grande”, afirma.

Elogiada por críticos de TV e pelo público por sua atuação realista na minissérie, Adriana conta que Fátima é inspirada em "mulheres reais que conhecemos bastante em nosso país e que nos causam muita admiração pela força e esperança”.

A saga de sofrimento de Fátima começa quando sua tranquilidade é perturbada pela chegada de novos vizinhos. O cachorro de Douglas morde seu filho, o pequeno Jesus (Tobias Carrieres), e Fátima dá um tiro no animal. Para se vingar, Douglas planta uma lata de cocaína na casa de Fátima e a denuncia para a polícia. Ela acaba presa por tráfico. Quando volta para casa, os filhos estão desaparecidos e ela luta para reconstruir a casa e a família. “A forma como eu busquei apresentá-la foi representar da melhor forma possível o que penso sobre essas diversas mulheres que sofrem a cada dia tanta injustiça e barbárie”, diz Adriana.

A atriz diz que se emocionou muito com a cena em que Jesus volta para a casa. Ela ainda afirma que apesar de todo o sofrimento, acredita na possibilidade de um final feliz para a personagem. “Tenho esperança sempre”, conclui.