Após "Velho Chico", Santoro estreia série e planeja voltar a atuar no país
Poucos meses após retornar às novelas, como o Afrânio da primeira fase de “Velho Chico”, Rodrigo Santoro vive outro retorno – desta vez, às séries. O ator de 41 anos está no elenco da intrigante “Westworld”, que estreia neste domingo (2) na HBO. É seu primeiro papel em uma série norte-americana desde a participação na terceira temporada de “Lost”, entre 2006 e 2007. Em comum entre as duas, apenas o mistério que cerca suas tramas e o passado dos personagens.
Mesmo após dez episódios e meses de filmagens, Santoro ainda sabe pouco sobre seu personagem, Hector Escaton – um fora da lei típico dos filmes de faroeste, mas que não necessariamente é um vilão. “Não sei nada”, diz Santoro ao UOL. “Eu não sei da onde ele veio, não sei como ele vai terminar, para onde ele está indo, qual o passado dele. Eu vou conhecendo o personagem enquanto vou fazendo. Ele vai se revelando aos poucos e eu vou trabalhando em cima disso. É quase trabalhar como uma parte diferente do cérebro”.
Hector é um dos habitantes do Westworld, parque temático em que visitantes pagam muito dinheiro para se sentirem no Velho Oeste e, em alguns casos, realizarem atos inomináveis com os “anfitriões”, que na verdade são androides dotados de uma inteligência artificial que os torna muito próximos aos humanos – e programados para exercer um papel predeterminado dentro daquele universo de faz-de-conta.
Como uma longa lista de clássicos como “Blade Runner” indica, os androides não se mantém tão conformados ao seu papel como o esperado. E esse conjunto representou um desafio para o trabalho de Santoro.
“Ele é praticamente humano, mas não exatamente. A gente trabalha com inteligência artificial. Então existe sim um corpo diferente, uma forma de falar diferente, uma forma de se comportar que é programada também, e que varia. E que não é necessariamente uma personalidade sólida, que vai se repetir. Ela se transforma. Então a preparação foi estar aberto, estar pronto para essas mudanças, para essa jornada em que esses personagens são colocados em cada episódio”.
Planos em terras brasileiras
Com a série lançada – e mais cinco temporadas já programadas pelos criadores, Jonathan Nolan e Lisa Joy –, Santoro agora pretende colocar em prática os planos de atuar mais em solo brasileiro, após mais de dez anos transitando entre o País e os Estados Unidos, onde realizou longas como o recente remake de “Ben-Hur” e a comédia “O Que Esperar Quando Você Está Esperando” (2012).
“Eu tenho planos sim para trabalhar aqui no Brasil. Ainda mais agora, fazendo ‘Westworld’, eu consigo me planejar, que é algo que eu não conseguia fazer há muitos anos”, conta. “Eu queria fazer algo há muito tempo, mas não conseguia me comprometer a longo prazo. Até me convidavam pra fazer coisa aqui, mas ‘Não sei, porque tenho um filme que talvez vá sair’ e o cinema é muito instável, mesmo nos Estados Unidos. Eu ficava à mercê dessa dinâmica e isso me impossibilitava de me comprometer. Agora tenho não só vontade, como estou flertando com coisas aí para fazer mais trabalhos aqui no Brasil”.
Entre esses possíveis trabalhos, o ator não descarta fazer mais uma visita às novelas. Afinal, foi em uma delas, “Olho por Olho”, que deu início a sua carreira na TV, em 1993. “Muita gente até dizia ‘você não vai mais fazer novela, porque agora está fazendo filme e trabalhou em Hollywood’. Mas a minha questão é com o tamanho do compromisso. Realmente uma novela inteira, que dura quase um ano, eu não vou conseguir gravar pela dinâmica que minha vida tem hoje”, afirma.
A oportunidade de “Velho Chico”, sua primeira novela desde “Mulheres Apaixonadas”, de 2003, foi uma exceção que caiu como uma luva, não só pela duração enxuta de sua participação – 20 capítulos – como pelo bom momento em que veio, um hiato de dois meses da produção de “Westworld”.
A novela chegou ao fim nesta sexta-feira marcada pela morte do protagonista Domingos Montagner. E Santoro, apesar de não ter contracenado com o ator em frente às câmeras, pôde conhecê-lo nos bastidores, o que foi suficiente para lhe causar uma forte impressão. “Quando recebi essa notícia, a dor era tão grande, tão indescritível, que eu percebi o tamanho do afeto que desenvolvi por ele, mesmo conhecendo tão pouco. Isso só me fazia lembrar como era uma pessoa muito especial, delicada, gentil, amorosa. Além de ser, e ele nunca vai deixar de ser, um grande artista e uma pessoa de muita e muita luz”.
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