Íris Abravanel diz que novelas gigantes não têm enrolação: "É desafiador"
Responsável pelo reaquecimento da teledramaturgia do SBT, Íris Abravanel pode dizer que encontrou a fórmula do sucesso. Depois de alguns tropeços com novelas escritas para o público adulto, que não atingiram o esperado em audiência, ela investiu no nicho infanto-juvenil e se deu bem.
A boa maré começou com a nova versão de "Carrossel", há quatro anos, e não demonstra que irá terminar tão cedo. De lá para cá, a mulher de Silvio Santos repetiu a bem-sucedida parceria com o diretor Reynaldo Boury em mais duas novelas ("Chiquititas" e "Cúmplices de um Resgate") e ajudou o SBT a ganhar musculatura na disputada concorrência com a Record pela vice-liderança.
O sucesso se evidencia na audiência, sempre em dois dígitos, e no tempo de duração de cada um dos títulos citados. A conta é simples: deu certo, permanece no ar o máximo possível. "Cúmplices" chegará ao fim com mais de 300 capítulos, ultrapassando até mesmo "Carrossel". A nova "Chiquititas" contabilizou impressionantes 545 episódios, sendo exibida por pouco mais de dois anos.
A experiência fez dona Íris, como ela é chamada nos corredores da emissora, adquirir o know-how necessário nesse atual ciclo de produção de novelas gigantes do SBT. Na coletiva de imprensa de "Carinha de Anjo", a supervisora da nova trama, de Leonor Correia, falou que considera desafiador fazer folhetins "intermináveis".
"É desafiador porque temos que criar novos núcleos, novas histórias e tem o perigo sempre da barriga [enrolação]. A gente precisa tomar muito cuidado. Mas eu e minha equipe gostamos de desafio. As ideias fluem e temos brain storms muito legais. Nossas discussões são muito saudáveis e sai [a história]. É criatividade, né?", diz ela.
O resultado tem sido tão bom -- ela diz, inclusive, que Silvio está feliz com a repercussão obtida --, que Íris não vê problema em novelas com enorme quantidade de capítulos. E garante: "Acho que as nossas novelas não têm tido barrigas".
Entusiasmada, ela vê inclusive um papel social em suas narrativas. "Desde 'Carrossel', procuramos levar uma ajuda porque as famílias estavam se dispersando. É uma forma de unir novamente a família ao redor da televisão com assuntos, às vezes polêmicos, de interesse dos pais e filhos", afirma.
"Novela para a família"
Depois de encontrar o seu público e consolidar o horário com "novelas para a família", como ela mesmo classifica, Íris Abravanel iniciou os preparativos de um folhetim que não será remake como foram as últimas três novelas que adaptou.
Sua próxima novela será uma livre adaptação do clássico "Pollyanna", da americana Eleanor H. Porter, obra publicada pela primeira vez em 1913.
"Foi um livro que quase inspirou a minha vida, de fazer o jogo do contente. De procurar ver o lado bom. Eu até hoje faço isso", conta. "Durante o dia, vemos um monte de notícias ruins, né? Eu procuro ter lembranças boas do dia para que antes de dormir traga essas lembranças boas e tenha um sono tranquilo. Eu apago as notícias ruins. É um exercício diário", explica.
A trama, conta, terá uma parte bem parecida à história original, mas também virá com novidades. "Vai ser uma Pollyanna moderna", garante ela, que ainda procura pela atriz que viverá a orfã que vai morar com uma tia amarga que ensina o tal "jogo do contente", aprendido com o pai.
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