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"Exijo o direito de trabalhar", diz repórter Caco Barcellos após agressão

Do UOL, em São Paulo

24/11/2016 09h07

O repórter da TV Globo Caco Barcellos exigiu em entrevista o direito de trabalhar e registrar a notícia depois de ser agredido por um grupo de manifestantes em frente à Alerj (Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro), na última quarta-feira (16).

Caco e o repórter cinematográfico Luiz Felipe Salé estavam preparando uma reportagem sobre o pacote de austeridade fiscal no Estado para o "Profissão Repórter", quando foram cercados, hostilizados e expulsos por "alguns manifestantes".

Um cone de trânsito e várias garrafas (pet e até mesmo de vidro) foram jogados contra os profissionais, além de serem recebidos com palavras de ordem como "o povo não é bobo, abaixo a Rede Globo" e gritos de "Golpistas! Golpistas!". As imagens do ato de violência contra a equipe foram exibidas pela emissora no programa desta quarta (23).

"Num ambiente tão tenso que estava ali, quase faz parte do ofício --evidentemente que eu não gosto que me impeçam de trabalhar principalmente--, mas eu entendo também que eu trabalhei muito ali (eu e o repórter cinematográfico, Luiz Felipe Salé) com o apoio da maioria das pessoas que estavam ali. Eu tenho respeito às pessoas que estavam fazendo a manifestação, mas exijo o direito de trabalhar, de retratar o que está acontecendo", disse Caco, no "Profissão Repórter", nesta quarta-feira (24).

Durante o "Profissão Repórter", Caco registrou a crise no funcionalismo público --tanto no Rio de Janeiro quanto no Rio Grande do Sul--, mostrou o que os manifestantes pediam e também o confronto entre policiais e servidores, além das imagens da agressão sofrida por ele e o seu cinegrafista.

A Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e TV, a Associação Nacional de Jornais e a Associação de Editores de Revistas repudiaram o ato de violência contra a equipe da Globo.

Em 2013, Caco Barcellos, que já tinha sido hostilizado por manifestantes em São Paulo, foi um dos cerca de 150 jornalistas que firmaram um abaixo-assinado reclamando da violência contra os profissionais de imprensa.