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Na TV há 32 anos, Leonor Corrêa diz que primeira novela é sua grande chance

A autora Leonor Corrêa diz que escrever sua primeira novela é a realização de um sonho Imagem: Leonardo Nones/SBT

Giselle de Almeida

Do UOL, no Rio

24/11/2016 07h00

Foi graças a um documentário sobre os 85 anos de Silvio Santos – que não chegou a ser exibido, por ordem do patrão –  que Leonor Corrêa pôde realizar um sonho. À frente de sua primeira novela, a recém-estreada "Carinha de Anjo", no SBT, que ela, até então mais conhecida do público como diretora e apresentadora de TV, pôde se dedicar ao ofício que a realiza por completo: escrever. Durante o processo de colher depoimentos (120, no total) sobre o dono da emissora, a autora se aproximou de Iris Abravanel, até então a titular da dramaturgia no canal.

"Ela conheceu coisas que eu já tinha feito e disse que a equipe dela estava fazendo uma novela atrás da outra. Foi quando ela me chamou para conversar sobre ter uma equipe para revezar com a dela e perguntou se eu topava o desafio de adaptar essa novela. Acho que eles estavam precisando de férias (risos). Era tudo que eu sempre quis", conta ela.

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Com passagens por TV Cultura, Globo, RedeTV!, Record e Band, Leonor já dirigiu programas como o "Domingão do Faustão", apresentado por seu irmão, Fausto Silva, e "O Melhor do Brasil", com Rodrigo Faro. Já o último trabalho como apresentadora foi à frente do "Melhor da Tarde", em 2005 – e ela garante que não sente a menor falta.

"O único programa que realmente amei, que falava a minha língua, foi o 'Vitrine', na Cultura. Os outros foram oportunidades de trabalho que surgiram num momento profissional em que precisava pagar contas. Fiz com dignidade, porque você tem que ser fiel a quem paga seu salário. Também tive realização profissional dirigindo vários programas populares, mas o sonho da minha vida estou realizando agora, aos 54 anos. Não há dúvida de que é a grande chance da minha vida, a qual estou me dedicando full time, com uma ansiedade muito grande", conta.

16.dez.2004 - Leonor Correa dirige Thierry Figueira em gravação do programa "Band Verão" Imagem: Divulgação/Band

A experiência dos 32 anos de carreira, no entanto, conta muito na hora de tomar decisões, o que não significa que a autora não busque a opinião dos colegas. "Ouço muito o pessoal da produção, peço que leiam e deem palpite. Ouço todo mundo, acho fundamental. Não estou trabalhando sozinha", conta ela, que conta com quatro colaboradores e a supervisão de Iris. "Ela é muito tranquila, dá muita liberdade. E temos muita afinidade na maneira de pensar novela: ela tem o objetivo de entreter, mas a gente tem a preocupação com a mensagem que se passa para a criança", diz.

Leonor já havia feito roteiro de alguns programas de televisão no início da carreira, mas a estreia na dramaturgia aconteceu no próprio SBT, em 1993, na série "A Justiça dos Homens", com direção de Nilton Travesso – a quem chama de "guruzão".
 
"Foi quando eu comecei a aprender, e o Nilton me incentivou muito. Mas as coisas não acontecem como a gente planeja. Vieram propostas para apresentar programas, e isso ficou guardado. Escrevi uma peça de teatro em 2003, lancei um livro infantojuvenil sobre crianças gordinhas, depois que fiz a cirurgia [de redução] do estômago. Escrever sempre foi meu grande prazer", diz.
 
Leonor Corrêa (de vermelho) com Maisa Silva, Iris Abravanel, o diretor Ricardo Mantoanelli, Lucero, Lorena Queiroz, Carlo Porto e Bia Arantes no lançamento de "Carinha de Anjo" Imagem: Lourival Ribeiro/SBT
 
O fato de ser uma adaptação de uma trama de sucesso a tranquiliza em parte - por outro lado, existe a responsabilidade de não mexer demais em uma história com que boa parte do público mantém uma relação afetiva.
 
"Os famosos 'sbtistas' amam 'Carinha de Anjo' e a gente não pode perder essa base da novela. Muita coisa mudou de lá para cá. A Dulce Maria (Lorena Queiroz) foi morar num colégio interno. Fomos pesquisar se ainda existe isso em São Paulo. Criamos um mais rural, com regras mais severas, onde a madre não deixa que tenha internet. Aí você justifica uma série de coisas. Uma coisa engraçada é que, na novela original, quando foi dublada no Brasil, os pais se chamavam Luciano e Angélica. Nós mudamos para Gustavo e Teresa", conta.
 
Fã de novelas como "Dancin' Days" ("Marcou minha adolescência") e "Avenida Brasil" ("Prendia todo mundo"), Leonor conta que admira o trabalho de autores como Silvio de Abreu, Aguinaldo Silva e João Emanuel Carneiro. "Sempre gostei muito do Silvio, ele é uma referência pelo histórico de humor na medida, pela ousadia. Trabalhei com ele na Globo há muitos anos e ele chegou a me dar uma rápida orientação. É um cara que eu respeito muito", diz.
 
No entanto, há cerca de um ano, quando começou a se dedicar ao projeto, não tem conseguido ver nada na TV, nem séries como "Grace and Frankie", "Narcos" e "Homeland", das quais é fã. Sua rotina se resume, basicamente, a escrever: ela acorda por volta de 5h e trabalha até as 20h. "Incrível como agora não dá mais tempo", diz ela, que já entregou 115 capítulos da novela.

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