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Renato Aragão confirma Dedé no novo "Trapalhões"

Renato Aragão e Dedé Santana em esquete de "Aventuras do Didi" (2010) - Divulgação
Renato Aragão e Dedé Santana em esquete de "Aventuras do Didi" (2010) Imagem: Divulgação

Beatriz Amendola

Do UOL, em São Paulo

01/12/2016 19h26


Homenageado na CCXP (Comic Con Experience), que teve início nesta quinta-feira (1º), Renato Aragão confirmou que ele e Dedé Santana estarão na nova versão dos Trapalhões, que está em desenvolvimento na Globo, e disse que o humorístico "não irá mexer" com o politicamente correto.

Depois de anunciar em um painel dedicado à sua carreira que ele e Dedé fariam parte do novo Trapalhões, Aragão confirmou a informação em entrevista ao UOL. "Agora, em vez de quatro, vão ser seis. Eu, Dedé, e os quatro novos trapalhões", disse.

A participação de Dedé ainda era dúvida, já que o humorista havia dito ao UOL que ainda não havia sido convidado para o programa.

Dos novatos, Aragão não entregou nenhum nome -- mas já se sabe que Lucas Veloso está entre eles. Segundo o ator e humorista, a Globo ainda está conduzindo testes de elenco, mas ele não tem acompanhado, já que se dedica a escrever os novos episódios com um time de seis redatores.

E apesar de o humor ter evoluído nos últimos anos, a essência dos Trapalhões se manterá a mesma, com esquetes modernizados, disse Aragão: "Mudou, mas aquele humor engraçado não tem fronteira, não tem idade, ele está sempre alegre, ele está sempre presente. Não adianta dizer que vamos inovar nada, vamos fazer aqueles clássicos dos Trapalhões. Tem um no YouTube que já está preto e branco de tanto passar, aquele "Therezinha...", da música do Chico Buarque, cantada pela Maria Bethânia. Não sei nem se posso dizer isso aqui, nos vamos fazer esse mesmo esquete modernizado. E todos os clássicos vão ser assim".

Perguntado se há preocupação com o "politicamente correto" na hora de escrever os episódios, o humorista negou. "Nós vamos esquecer esse politicamente correto. Vamos fazer coisa engraçada, ninguém vai mexer com isso. Vamos respeitar todos, sem discriminar nada. Vamos fazer para alegrar, ninguém tem a intenção de atingir, criticar. Nós vamos fazer entretenimento".

Para Aragão, a volta dos Trapalhões deve muito ao bom desempenho do remake da “Escolinha do Professor Raimundo”, que estreou em 2015. "Sei que o público estava reivindicando a reprise dos Trapalhões. Aí aconteceu o grande sucesso da ‘Escolinha’. Deve ter sido isso. Essa é a chance de voltar os Trapalhões, new generation", brincou.

O humor escrachado dos Trapalhões, na opinião dele, fez falta na TV. "Não tinha aquele humor descontraído, que você sentava para rir, dos Trapalhões. Não tinha um escorregão, aquelas coisas que o povo morria de rir. O povo sentiu falta disso, daquelas trapalhadas mesmo. A chance deles agora voltou, e a minha também".

Filme

Prestes a estrear o filme "Os Saltimbancos Trapalhões: Rumo a Hollywood", Renato Aragão disse que ficou surpreso com o convite para voltar a encarnar Didi, seu personagem mais famoso. "Foi uma surpresa muito grande. Eu não me acomodo, eu ia fazer cinema, ia fazer outros projetos que eu tenho, seriado, mas diferente dos Trapalhões. Aí como veio essa coisa e tive que interromper os projetos que iria apresentar para a Globo. Segurei um pouco, porque era prioridade. Isso aqui vai ser o que o público está querendo no momento. Aí me dediquei a esse projeto."

O filme é uma adaptação do musical "Os Saltimbancos Trapalhões" (2014), espécie de continuação do filme homônimo de 1981, estrelado pelos quatro trapalhões: Didi, Dedé, Mussum (1941-1994) e Zacarias (1934-1990). O humorista, que nunca havia feito teatro – "Achava que era uma escravidão, você ficar quinta, sexta, sábado, domingo, você não tinha tempo para fazer mais nada" – fez sucesso com a peça e daí veio a ideia de levá-la para as telas do cinema.

"Fizemos três meses e eu ‘meu Deus do céu, quando é que eu vou parar?’ Fui cutucar a onça com vara curta. Aí fez muito sucesso, cresceu. E veio a ideia de fazer um filme com as mesmas músicas, sem aquela história", contou ele, acrescentando que Chico Buarque colaborou com uma música inédita para a produção.

Apesar de a produção ser um musical, o ator e humorista não aparecerá cantando. "A primeira vez que eu fui cantar foi no coral da igreja. Quando eu acabei, metade do pessoal mudou de religião. Eu não vou pagar esse mico", brincou.

Ao falar dos próximos projetos, Aragão contou que já tem o roteiro de um novo filme pronto, também musical – mas, dessa vez, apenas com Didi. O longa, ainda sem data, será uma parceria com os colaboradores de “Saltimbancos Trapalhões” Charles Muller, Cláudio Botelho e João Daniel Thikomiroff.