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Primeira temporada de "Westworld" termina com morte e mistérios revelados

James Marsden e Evan Rachel Wood em cena de "Westworld" - Divulgação/HBO
James Marsden e Evan Rachel Wood em cena de "Westworld"
Imagem: Divulgação/HBO

Beatriz Amendola

Do UOL, em São Paulo

05/12/2016 12h35

ATENÇÃO: O TEXTO ABAIXO CONTÉM SPOILERS. SE VOCÊ NÃO QUER SABER O QUE ACONTECE, NÃO LEIA

Quem tinha medo de que “Westworld” repetisse “Lost”, também produzida por J.J. Abrams, e não resolvesse nada no final de sua primeira temporada, exibido na madrugada desta segunda-feira (5), pôde respirar aliviado. O episódio resolveu mistérios que até então eram só suposições de fãs, dando sequência às revelações que a série já vinha apresentando aos fãs.

Para começar, foi explicado o que é o labirinto tão mencionado ao longo da temporada – e ele é metafórico, não real. Em um flashback, Arnold (Jeffrey Wright) conta para Dolores (Evan Rachel Wood) que acreditava que a consciência funcionava como uma pirâmide, mas na verdade ela é uma jornada para o centro, como um labirinto. No presente da série, Dolores encontra a representação do labirinto: um brinquedo, enterrado em um túmulo que leva seu nome.

Dolores tenta relembrar o que significa aquilo, mas tem dificuldades. O problema é que ela está acompanhada do Homem de Preto (Ed Harris) que, frustrado, bate nela no intuito de arrancar algo. Nesse momento, Dolores diz que uma pessoa a ama e virá libertá-la. Curioso, o Homem de Preto pergunta de quem se trata. Teddy (James Marsden)? Não, William (Jimmi Simpson).

E aí é confirmado o que muitos espectadores já suspeitavam: William e o Homem de Preto são a mesma pessoa, em épocas diferentes. O William mais velho conta para Dolores a jornada que o levou a se tornar o que ele é e revela que é um dos maiores acionistas do parque, praticamente o dono dele. Dolores, compreensivelmente, fica horrorizada. “O que você se tornou?”, pergunta ela.

Depois de sua primeira visita, que terminou com ele enviando Logan pelado, em cima de um cavalo, para a fronteira do parque, William continuou voltando e interagindo com Dolores – porém, ela nunca se lembrava dele, já que todos os anfitriões costumam ter suas memórias apagadas. E ele se ressente disso.

Dolores, então, se lembra de tudo, levanta, e diz uma fala que foi atribuída a Wyatt: a de que aquele mundo não pertence a ele, e que em breve pertencerá a algo totalmente diferente. No caso, os anfitriões, ainda que isso não seja dito com todas as letras. E isso nos leva à terceira revelação: Dolores é Wyatt, o misterioso personagem que dizimou uma cidade toda.

Ed Harris em cena da série "Westworld", da HBO - Reprodução/EW.com - Reprodução/EW.com
Ed Harris é o Homem de Preto em "Westworld"
Imagem: Reprodução/EW.com

Convencido de que Dolores estava plenamente viva e consciente, Arnold tentou convencer Ford (Anthony Hopkins) a cancelar a abertura do parque. Como o colega não aprovou, Arnold recorreu a medidas mais drásticas: ele fundiu a história de Dolores com a de Wyatt, um novo personagem que estava sendo desenvolvido, e ordenou que ela matasse os demais anfitriões e ele mesmo.

De volta ao presente, Dolores arrasta o Homem de Preto pela igreja e bate nele, mas se descuida e leva uma facada na barriga. Teddy então chega, atira no Homem de Preto e consegue resgatá-la.

Maeve e um novo mundo

Enquanto isso, nos bastidores do parque, Maeve dá sequência a seu plano de escapar do parque – e conta com a ajuda de Hector (Rodrigo Santoro) e Armistice, que têm seus níveis de agressividade aumentados significativamente por ela. Ambos matam dois funcionários, em uma cena sangrenta, e escoltam Maeve e Felix, evitando que os seguranças do parque cheguem a eles.

No caminho, eles encontram Bernard, caído no chão depois que Ford mandou que ele se matasse. Recuperado por Felix, Bernard descobre algo importante: a escapada de Maeve, na verdade, havia sido completamente programada em seu código. A anfitriã, porém, não gosta nada de ouvir aquilo: “Estou indo embora. Eu estou no controle”.

Ela consegue entrar no trem para sair do parque, mas desiste para procurar a sua filha – cuja localização Felix descobriu.

No meio da jornada da personagem, a série ainda fez um aceno ao filme de 1973 que a inspirou e mostrou que há outros parques. Maeve e seu grupo passaram pelos bastidores de um parque só com samurais – que, como o logo é SW, deve ser o “Samurai World”.

Ford e a revolução dos robôs

Ford recebe de Charlotte Hale a notícia que já era esperada: o conselho administrativo da empresa decidiu por sua saída e que, por isso, ele deveria anunciar sua aposentadoria naquela noite, quando apresentaria sua nova narrativa em uma festa de gala.

Após fazer sua apresentação, Ford dá uma escapada e reencontra Dolores e Bernard. Ele aproveita a ocasião para revelar que ele instruiu Bernard a colocar perto da casa de Dolores e a arma que ela usou para matar Arnold – o que explica as ocasiões em que ela encontrou o revólver no início da temporada.

Ele então diz que Arnold não sabia como salvar os anfitriões, mas ele sabe. “Não foi Oppenheimer que disse que qualquer homem cujos erros levem 10 anos para ser consertados é um grande homem? Pra mim, levou 35 anos”, diz, antes de se despedir de Bernard e deixar Dolores a sós com a arma.

De volta à festa, Ford dá seu discurso e diz que essa será sua última narrativa. E de fato é: Dolores, consciente, atira em Ford e depois começa a disparar contra a plateia. Paralelamente, um exército de robôs armados surge e vai em direção à multidão. O Homem de Preto é atingido por um deles, mas sorri, já que finalmente encontrou “algo verdadeiro” em seu jogo. Com o final caótico, a temporada faz jus a uma frase repetida várias vezes ao longo dela: “Esses prazeres violentos têm fins violentos”.