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Galã da 1ª "Malhação", diretor Pablo Uranga volta a atuar em novela bíblica

O ator e diretor Pablo Uranga - Pedro Garrido/Divulgação
O ator e diretor Pablo Uranga Imagem: Pedro Garrido/Divulgação

Giselle de Almeida

Do UOL, no Rio

10/12/2016 07h00

Em 1995, quando ainda não havia Twitter nem o hábito de "shipar" os casais das novelas, Leo (Pablo Uranga) e Tainá (Ana Paula Tabalipa) eram um dos casais de "Malhação" que faziam sucesso entre os adolescentes. Há 15 anos, no entanto, atuar passou a ser função secundária na vida de Uranga, que é dono de uma produtora e dirige programas para a TV como "Superbonita" e "Se Arrume Comigo", no GNT. Na próxima novela bíblica da Record, "O Rico e o Lázaro", ele volta para a frente das câmeras na pele do nobre hebreu Ismael.

"Este ano produzi o primeiro longa da produtora, 'Rota de Fuga', e nesse processo de finalização, parei de produzir outras coisas. Falei com meu agente que se aparecesse alguma coisa para atuar seria um bom momento. Seria bacana ter uma coisa diferente para fazer e dar mais visibilidade ao filme. Rolou o convite e foi bem-vindo. Quem dirige a novela é o Edgard Miranda. A gente fez 'Você Decide' juntos, há uns 20 anos. Está sendo muito legal. Eu nunca tinha trabalhado na Record e tem sido uma experiência bacana", diz o ator, de 45 anos.

O personagem está em fase de testes de figurino e caracterização (ele ainda não tem certeza, mas aposta numa peruca), e as gravações devem começar na próxima semana. A novela está prevista para estrear entre o fim de fevereiro e o início de março de 2017. O núcleo do personagem se passa em Jerusalém, quando a cidade é sitiada pelo império babilônico, e Ismael inicia uma revolta para levar os hebreus para o Egito.

"Eu mato um bando de gente (risos). Estou animadíssimo porque vou usar espada. Nunca fiz um trabalho assim, ainda mais de época. Meu pai [o cineasta Arturo Uranga] me dirigiu num filme de fantasia, em que eu fazia um duende, mas o resto foram papéis contemporâneos. Acho megadivertido", afirma.

Como viaja com frequência para a Argentina, para onde os pais voltaram há 3 anos, depois de três décadas de Brasil, Uranga conta que se impressionou com o sucesso de "Os Dez Mandamentos" por lá. E aposta que outras novelas bíblicas podem agradar também. "É uma coqueluche, as pessoas amam a novela. Quando cheguei lá, grande parte da família estava assistindo, todo mundo para para ver", conta.

 Leo (Pablo Uranga) e Tainá (Ana Paula Tabalipa), na primeira temporada de "Malhação", em 1995 - Alexandre Campbell/Folhapress - Alexandre Campbell/Folhapress
Leo (Pablo Uranga) e Tainá (Ana Paula Tabalipa), na primeira temporada de "Malhação", em 1995
Imagem: Alexandre Campbell/Folhapress

Uranga lembra que sua último papel como ator com mais destaque foi no longa "Olhos Azuis", de 2009. "A direção é minha grande paixão. Amo o processo inteiro, de cabo a rabo: analisar o texto, trabalhar com os atores, a parte técnica... Sempre fui muito CDF, meu pai fez uma faculdade de cinema dentro de casa. Agora, atuar é uma diversão. Para quem está acostumado a trabalhar com preocupações de orçamento, equipe, cronograma, é só acionar a chavinha de que vai brincar de ser outra pessoa e foi. É menos pressão. É gostoso para caramba, mas fico 100% realizado dirigindo", garante.

Da época de "Malhação", o ator e diretor conta que mantém contato com alguns colegas até hoje. "A Juliana Martins é minha vizinha, eu a encontro com muita frequência. Codirigi um longa, "A Cartomante", em que o Luigi foi protagonista, e a gente manteve uma relação mais próxima. Encontro muito a Dani Pessoa, nossos filhos estudaram na mesma escola", lembra. 

Mesmo com visual bastante diferente, Uranga até hoje é reconhecido nas ruas por conta de Leo. "Eu era cabeludo! Até hoje não passa um mês sem que alguém pergunte: 'Você não era o cara da 'Malhação?'", diz.

Mesmo tenso se transformado em sucesso imediato, o fato de a novelinha global estar no ar até hoje nunca passou pela cabeça do diretor. "Não imaginávamos mesmo. Quando estreou, a gente tinha um contrato de três meses, ninguém sabia o que ia acontecer. Quando vi que deu certo, imaginei que duraria uns quatro, cinco anos, como a maior parte das séries fica no ar. Eles souberam se reinventar ao longo dos anos", analisa.