Topo

Ator de "The Blacklist" conta que não vê TV e ignora teorias sobre a série

James Spader é Raymond "Red" Reddington na série "The Blacklist" - Divulgação
James Spader é Raymond "Red" Reddington na série "The Blacklist" Imagem: Divulgação

Giselle de Almeida

Do UOL, no Rio

26/01/2017 04h00

Um playboy cafajeste, uma inteligência artificial que ameaça toda a humanidade, o criminoso mais procurado pelo FBI: os vilões costumam roubar a cena na carreira de James Spader, protagonista da série "The Blacklist". Lançado ao estrelato nos anos 80 em filmes como "A Garota de Rosa Shocking", o ator de 56 anos, que começou a atuar jovem "por diversão" e que recentemente emprestou sua voz para o Ultron de "Os Vingadores 2", diz ter uma queda por anti-heróis e personagens sombrios. E se diverte quando tem que bancar o cara mau em cena.

"A vilania é muito divertida (risos). Muitas vezes representa extremos da sociedade e da cultura. Existe uma curiosidade mórbida sobre isso, eu mesmo sempre fui atraído por isso em filmes. Com humor e irreverência, eles podem ter um resultado divertido", analisa o ator, em uma teleconferência para jornalistas da imprensa mundial.

No ar como Raymond "Red" Reddington na quarta temporada da série, exibida no Brasil atualmente pelo AXN, toda quinta-feira, às 22h, ele confessa que não vê TV ("Sou muito ocupado para isso", brinca) nem acompanha na internet a intensa movimentação dos fãs que elaboram várias teorias sobre a trama, em especial sobre a misteriosa relação do bandido com Elizabeth Keen (Megan Boone).

Os mais dedicados interpretaram as mensagens contraditórias da série – ele diz que não é seu pai, mas que Lizzie é sua filha – com a tese de que Red seria, na verdade, a mãe da agente, Katarina Rostova. Nada disso, no entanto, mexe com o intérprete.

"Eu não leio nada na internet. Só a uso para procurar informação, como uma enciclopédia. O público sempre tem esse desejo de saber como o truque de mágica é feito, e é sempre um desapontamento, porque o segredo do truque nunca é tão interessante quanto o truque em si. Eu costumo ignorar tudo isso. As pessoas ficariam surpresas com a quantidade de opções que eu, os roteiristas e os produtores discutimos sobre a série. Não estou interessado na especulação, mas no que pode acontecer agora", analisa.

James Spader como Steff em "A Garota de Rosa Shocking" - Reprodução - Reprodução
James Spader como Steff em "A Garota de Rosa Shocking"
Imagem: Reprodução

Com longas como "Sexo, Mentiras e Videotape" e "Crash - Estranhos Prazeres" no currículo, Spader encontrou um bom nicho na televisão na fase mais recente da carreira, com personagens como Robert California em "The Office" e, principalmente, Alan Shore em "The Practice" e em seu spin-off, "Boston Legal". Ele afirma que manter o mistério em torno da trama de uma série ainda mais difícil que nos filmes. 

"É mais satisfatório para mim quando o programa tem uma mudança abrupta de direção, quando algo inesperado acontece. Como espectador, gosto de ser surpreendido. Num filme, você não tem que voltar na semana seguinte com uma nova história. É um processo complicado, mas a série tem sido bem-sucedida nisso", diz ele, lembrando que uma série ainda pode ser cancelada a qualquer momento.

Sobre o futuro de Red, o ator não se arrisca a palpitar. Mas o personagem, afirma ele, já não é o mesmo que conhecemos na primeira temporada, quando se entregou às autoridades prometendo revelar o nome de outros criminosos para Lizzie, até então, supostamente, uma estranha.

"Ele não pode controlar o que acontece na sua vida e estava confortável com isso. Mas ele passa a encarar as consequências disso, os efeitos colaterais. Por muito tempo, ele foi responsável por ele mesmo, levava uma vida solitária. Agora ficou claro o efeito que ele causa nos outros", analisa.