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Criadora de pares ideias em reality dá dicas para dar "match" na vida real

Felipe Titto posa com os participantes da terceira temporada do "Are You The One? Brasil", que estreia neste domingo (29), na MTV - Divulgação/MTV
Felipe Titto posa com os participantes da terceira temporada do "Are You The One? Brasil", que estreia neste domingo (29), na MTV Imagem: Divulgação/MTV

Natália Guaratto

Do UOL, em São Paulo

29/01/2017 04h00

Se o amor da sua vida estivesse na sua frente, você perceberia? Essa é pergunta que norteia o reality show "Are You The One? - Brasil", que estreia sua terceira temporada neste domingo (29), às 19h30, na MTV.

Apresentado por Felipe Titto, o programa mostra o dia a dia de 20 jovens solteiros (10 homens e 10 mulheres) que são isolados em uma mansão em Trancoso (BA) com apenas um objetivo: encontrar o seu já definido “par ideal”.

Por trás da pegação desenfreada que inevitavelmente acontece no “Are You The One?”, há o trabalho da psicóloga e psicanalista Lia Luz. Ela é a responsável por definir os “matches”, ou pares ideias, entre o elenco.

Em entrevista ao UOL, Lia explica que o processo de seleção dos casais envolve um questionário com mais de 100 perguntas, um algoritmo que indica a porcentagem de compatibilidade do casal e ainda um teste aprovado pelo CFP (Conselho Federal de Psicologia). “Este teste aponta aspectos importantes da personalidade. Os pares são escolhidos através do cruzamento desses resultados”, diz Lia.

Apesar de estarem dispostos a se envolverem romanticamente no programa, os participantes, como observa Lia, tendem a repetir os mesmos erros que contribuíram para o fracasso dos relacionamentos que tiveram antes de chegarem ao reality. “Eles vão atrás de características físicas, afinidades nos hobbies e gostos do parceiro e isso não é o que mais pesa na hora da montagem dos matches e faz com que nem sempre encontrem seu par ideal”.

Veja outras dicas de Lia Luz para dar match no reality e na vida real:

Afinal, o que as pessoas procuram no “par ideal”?

A qualidade mais citada pelos participantes na hora de descrever seu par ideal é companheirismo e parceria. Acredito que há uma ideia de que essas características sejam suficientes para que haja um bom relacionamento.

Os opostos se atraem?

As características de personalidade se compõem e se completam das mais diversas maneiras, nos mais diferentes aspectos. Falar que os opostos se atraem só funciona quando o sujeito tem uma personalidade relativamente aberta ao novo, gosta de experimentar e aventurar-se no desconhecido, quando apresenta certa tolerância à frustração e, com isso, se se sentisse atraído por uma relação com alguém que traga novidades. Já um sujeito que não possui tais características, dificilmente irá encontrar seu par ideal em uma pessoa com personalidade totalmente oposta, pois tende a preferir o conhecido, algo mais estável.

Idealizar o "par perfeito" não é ruim?

A idealização faz parte de qualquer relacionamento e é necessária até para que desperte o interesse pelo outro. Porém, nem sempre aquilo que a pessoa deseja é uma característica do seu par ideal. A questão da paixão, atração física, desejo e mesmo do amor, vai além do par ideal. O amor e a paixão são inconscientes, são frutos de nossas relações afetivas primárias e estão relacionadas com nossas experiências infantis, com a forma como nos colocamos no mundo, nossa maneira de criar e manter vínculos, lidar com nossas frustrações e nossas faltas. Só amamos alguém e nos dedicamos a esse alguém quando nos damos conta e aceitamos que não somos completos, que temos nossa falta, nossos buracos. E o pedido mais comum é por alguém que complete e minimize as dificuldades pessoais.