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Crime, Kardashians e prêmios; Série sobre O.J. Simpson ainda é imperdível

Cuba Gooding Jr. interpreta O.J. Simpson em "American Crime Story: The People v. O.J.Simpson"  - Divulgação/FX
Cuba Gooding Jr. interpreta O.J. Simpson em "American Crime Story: The People v. O.J.Simpson" Imagem: Divulgação/FX

Natália Guaratto

Do UOL, em São Paulo

02/02/2017 04h00

Pegue a conturbada história de um crime de grande repercussão nos Estados Unidos, coloque-a na mão de Ryan Murphy, showrunner por trás de estrondosos sucessos da TV americana, e finalize com um elenco de atores consagrados.

O resultado é a primeira temporada de “American Crime Story: The People v. O.J. Simpson”, que mais de um ano depois de estrear nos Estados Unidos e faturar o Emmy e o Globo de Ouro, chega à Netflix nesta quinta-feira (2).  Para quem não viu quando a série foi exibida pelo canal FX no Brasil, vale dar uma chance. A atração é imperdível.

A série narra a prisão e o julgamento do jogador de futebol americano Orenthal James, ou The Juice, acusado, e posteriormente inocentado, em 1994/95, de assassinar a facadas a esposa Nicole Brown e um amigo dela, Ronald Goldman.  

Com atuações elogiadas de Courtney B. Vance, Sarah Paulson, Sterling K. Brown, John Travolta e David Schwimmer, a série mostra ao longo de dez episódios as reviravoltas do caso que ficou conhecido como o “julgamento do século”.

Culpado ou inocente?

Um dos maiores méritos de “The People v. O.J. Simpson” é o fato de a história não assumir um lado. À medida que os policiais vão desvendando as pistas e o duelo entre promotores e advogados de defesa se desenrola no tribunal, o espectador vai tirando suas próprias conclusões.

O.J. Simpson - Divulgação/FX  - Divulgação/FX
John Travolta e David Schwimmer são os advogados Robert Shapiro e Robert Kardashian em "American Crime Story: The People v. O.J. Simpson"
Imagem: Divulgação/FX
Quem assiste à série fica com a inevitável sensação de fazer parte do júri, ora acreditando na promotora Marcia Clarck (Sarah Paulson), ora nos advogados de defesa.

Excelente no papel de O.J. Simpson, Cuba Gooding Jr. consegue mostrar, sem cair na caricatura, toda a complexa personalidade do astro. Mas o protagonista não seria nada sem os eficientes coadjuvantes colocados a sua volta. John Travolta está deliciosamente detestável na pele de Robert Shapiro e Sarah Paulson faz jus a todos os prêmios de melhor atriz que ganhou pela austeridade que empresta para Clarck.

Eternamente lembrado por ter interpretado o cômico Ross em “Friends”, David Schwimmer consegue transmitir toda a angústia de Robert Kardashian, advogado e amigo de Simpson, que se vê envolvido no julgamento.

Gosta das Kardashians? Elas também estão por lá

Kardashians  - Reprodução/FX - Reprodução/FX
As crianças Kardashians em cena de "American Crime Story: The People v. O.J. Simpson"
Imagem: Reprodução/FX
Quem está acostumado a acompanhar as bravatas da família Kardashian, clã que vive de promover a própria fama em realities shows de TV, vai achar curioso saber que o patriarca da família era avesso aos holofotes.

Em uma provocativa cena ele vira para as versões infantis de Kim, Kloe, Kourtney e Rob e discursa: “Somos Kardashians e nessa família ser uma boa pessoa e um amigo leal é mais importante do que ser famoso. Fama é passageira. É vazia. Não significa nada se você não tem virtudes no coração”.  

A evolução dos Kardashian dialoga com o espetáculo que se cria em torno do julgamento de O.J. Simpson.

O caso é considerado pela imprensa americana como o primeiro reality show da TV. Tanto a fuga do jogador de futebol pelas ruas de Los Angeles quanto o veredito que o inocentou foram transmitidos ao vivo. O último teve audiência de 150 milhões de americanos.

Nos mesmos moldes de "American Horror Story", antologia de terror criada por Ryan Murphy, "American Crime Story" já tem duas novas temporadas garantidas. O próximo ano terá foco em crimes que aconteceram durante a passagem do furacão Katrina pelos Estados Unidos. Em seguida, a série vai relembrar o assassinato do estilista Gianni Versace.