"MasterChef" estimula gente comum a cozinhar e bate recorde na 4ª edição
Quem quer ser um "MasterChef"? Pelo menos 27,5 mil pessoas que tentaram uma vaga para a quarta edição do talent show da Band, que estreia nesta terça (7). O recorde de inscrições (a primeira temporada teve 5 mil) é apenas uma das provas de que o sucesso do programa mexeu com o comportamento do público, popularizou a alta gastronomia e mostrou que "gente como a gente" pode cozinhar tão bem como profissionais.
Nesta edição do "MasterChef", o perfil dos candidatos está mais diversificado, com participantes de diferentes países (tem italiano, tailandês, paraguaio, colombiano e venezuelano), idades (de 22 a 61 anos) e profissões (físico, bombeiro, geógrafo, caricaturista, dentista e professor de jiu-jitsu, por exemplo).
Desde a estreia, "MasterChef" revela talentos que antes não viviam da cozinha, como as produtoras de eventos Elisa Fernandes e Izabel Alvares, vencedoras das duas primeiras edições. Também abre espaço para craques em improvisar e acertar com os erros, como o publicitário Raul Lemos, vice-campeão da segunda temporada, e o empresário Mohamad Hindi, quarto colocado em 2014.
Faculdades lotam com futuros "masterchefs"
Com pessoas comuns cozinhando como chefs profissionais, o programa também teve sua influência na procura por cursos de Gastronomia. Por exemplo, o número de matrículas para o curso técnico de uma faculdade em São Paulo cresceu 250% entre o primeiro semestre de 2014 (ano de estreia do "MasterChef") e o mesmo período de 2015. Neste ano, o aumento foi de 35%.
Para a diretora pedagógica do Grupo Educacional Hotec, Beatriz Rampim, o "MasterChef" (e outros realities de culinária na TV) foi fundamental para a mudança de status do chef de cozinha e o maior interesse do público pela alta gastronomia.
"Quem era chef de cozinha ficava escondido, era um coadjuvante. Com o 'MasterChef', o foco mudou. Há uma glamourização e vemos jovens querendo ser chefs. Aqui temos um curso técnico que pode ser feito simultaneamente ao Ensino Médio, com alunos de 16 e 17 anos. Houve uma procura maior de quatro anos para cá", analisa.
Entre as crianças e adolescentes, "brincar de MasterChef" virou passatempo na cozinha. E o nome do programa é constantemente usado como sinônimo de um prato bem feito entre amigos e nas redes sociais.
Escola do "MasterChef" chegará (com atraso) ao Brasil
Quem está de olho nos futuros alunos é a conceituada escola francesa Le Cordon Bleu, que premia o vencedor do "MasterChef" com um curso em Paris. A instituição planeja abrir filiais no Brasil, porém a crise econômica suspendeu o lançamento da primeira unidade, no Rio de Janeiro.
Na página do Facebook "Le Cordon Bleu Rio de Janeiro", com mais de 7 mil curtidas, dezenas de pessoas perguntam quando as aulas começarão, sem resposta. Em São Paulo, a escola francesa deverá lançar sua primeira filial brasileira em um prédio comercial recém-inaugurado na Vila Madalena, bairro da zona oeste.
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