Nova "Malhação" troca casal por 5 amigas protagonistas e busca diversidade
Uma nova “Malhação” estreia em maio bem repaginada: escrita por Cao Hamburguer, criador do “Castelo Rá Tim Bum”, a novela teen vai trocar o Rio por São Paulo e deixar de lado os dramas do casal (ou triângulo) protagonista para se focar em cinco amigas bem diferentes. A diversidade também estará à frente da história da nova temporada, não por acaso intitulada “Viva a Diferença”.
O ponto de partida para a trama é um acontecimento marcante: durante uma pane no metrô, Keyla (Gabriela Medvedovski) entra em trabalho de parto, e recebe a ajuda de Lica (Manoela Aliperti), Ellen (Heslaine Vieira), Tina (Ana Hikari) e Benê (Daphne Bozaski), que estavam no mesmo vagão.
Unidas pelo nascimento do pequeno Tonico, as jovens não podiam ser mais diferentes entre si: uma mãe adolescente, uma boa aluna (e hacker) da periferia, uma rica de estilo alternativo, uma artista rebelde e uma garota solitária que vive a experiência de ter amigas pela primeira vez.
“A nossa história tem como protagonismo um conceito”, afirmou o diretor-geral Paulo SIlvestrini em conversa com jornalistas durante uma das gravações da trama, acompanhada pelo UOL nesta semana. “Ele [Cao Hamburguer] distribuiu o protagonismo por cinco representantes de universos distintos, para que à frente da história estivesse o conceito, que é diversidade, um assunto que considero pertinente, relevante e contemporâneo”.
Com cinco protagonistas mulheres, o “girl power” se sobressai na diversidade. “Acho que é uma responsabilidade muito grande”, disse Ana Hikari. “A gente está vivendo um momento de muito debate acerca disso, e a importância do tema é de empoderamento mesmo, empoderamento feminino, de mostrar pras mulheres que elas podem ser protagonistas mesmo das suas vidas”.
Para Daphne Bozaski, a sociedade vive um momento propício para debater o assunto. “Ainda mais para falar para os jovens, que vão ser os adultos de daqui a poucos, os pensadores de daqui a pouco, vão ser as pessoas que estarão criando os filhos. E essa idade é muito importante, porque eles absorvem muita coisa. Acho que nossa função, além de fazer essas meninas, é estar representando [as mulheres]”.
O que não quer dizer que o elenco masculino, que conta com Matheus Abreu (“Dois Irmãos”) e Bruno Gadiol (“The Voice”), seja menos importante. “A gente está representando mulheres, mas todo o elenco é importante dentro da história. A gente só esta puxando eles para virem junto”, avalia Gabriela Medvedovski.
Já há 22 anos no ar, “Malhação” ainda sobrevive justamente por sempre trazer novos enfoques, acredita Paulo Silvestrini – que dirigiu uma temporada da novela 20 anos atrás, em 1997. “Talvez isso permita a longevidade da ‘Malhação’. A cada temporada, a gente se debruça sobre as mesmas questões, mas com um olhar contemporâneo, mais alinhado com a maneira como os jovens olham para as questões. E a gente percebe a diferença no tratamento dessas questões. Ainda que universais, e talvez eternas, a maneira como a gente olha para elas nos permite contar histórias diferentes em torno dos mesmos assuntos”.
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