Topo

"Luta diária", diz Carlinhos após condenação de acusado de matar seu filho

Do UOL, em São Paulo

17/03/2017 10h34

Carlinhos de Jesus comemorou a condenação de 16 anos de um dos acusados de matar o seu filho, o músico Carlos Eduardo Mendes, o Dudu, assassinado com oito tiros em 2011, após deixar um bar na zona oeste do Rio. O coreógrafo considerou a pena justa, porém branda, diante da sequela que a morte provocou na família.

"Achei [a pena] justa, porém branda, diante da sequela que a morte provocou [na família]. A mãe morreu 40 dias depois em virtude da morte [do filho]. É uma luta diária, e que agora, com a condenação de um dos elementos, virá a dos outros", disse ele, emocionado, em entrevista ao "Hoje em Dia", da Record, logo após o julgamento.

O policial militar Miguel Ângelo da Silva Medeiros foi condenado na noite desta quinta-feira (16) a 16 anos de prisão. Já o policial André Pedrosa dos Santos foi absolvido pelo júri, que entendeu que não havia provas para incriminá-lo. Os outros quatros acusados ainda serão julgados. O Ministério Público irá recorrer da sentença.

Em abril de 2013, quatro pessoas, três policiais militares e um ex-PM, já haviam sido presas pela morte do rapaz. O cantor Carlos Eduardo Mendes de Jesus, o Dudu, foi morto em novembro de 2011 quando saía de um bar em Realengo, na zona oeste do Rio.

Os presos foram identificados como Magno do Carmo Pereira e Evandro Silva de Souza, conhecido como Tatu. Os dois homens foram encontrados na Taquara, na zona oeste do Rio, e em São Gonçalo, município da região metropolitana.

Na delegacia, chorando muito, Tatu jurou inocência. "Eu não fiz nada disso. Agora estou aqui preso e não tenho como provar que sou inocente. Juro que não fiz nada disso", alegou. Pereira permaneceu calado durante todo o tempo. De acordo com a investigação da DH, a arma usada no crime pertencia a Pereira e Tatu pilotava a moto usada para a prática do homicídio.

Durante a investigação do crime, a polícia apurou que em outubro de 2011, Dudu havia se envolvido em uma briga com um policial militar, identificado como Miguel Ângelo da Silva Medeiros, do 40º BPM (Campo Grande).

Alguns dias depois da briga, Dudu teria procurado o ex-policial militar Marlon Soares Pinheiro, um amigo em comum, para marcar um encontro com o PM e pedir desculpas pela briga. O encontro, segundo a polícia, nunca ocorreu.

Ainda segundo a polícia, o ex-PM teria começado a namorar uma ex-namorada do cantor, mas dois dias antes do crime, teria procurado novamente Dudu. Para a DH, a combinação de dois elementos, vingança e crime passional, provocaram a morte do filho de Carlinhos de Jesus, que ainda teriam contado com a ajuda de mais pessoas no assassinato. De acordo com a DH, o ex-PM foi o autor dos disparos contra a vítima

Tanto o ex-PM como o policial do 40º BPM foram presos. Por suposta participação no crime foram presos ainda os policiais militares Wellington do Carmo Pereira, irmão de Magno, do 16º BPM (Olaria), e  André Pedrosa dos Santos, do 23º BPM (Leblon). Todos foram indiciados por homicídio duplamente qualificado.